O debate sobre a revisão do Estatuto do Jornalista e da Lei da Autoridade Reguladora da Comunicação Social, continua envolto em polémica e num ambiente de incertezas, a julgar pelos objetivos da proposta do governo angolano.
De acordo com o Sindicato dos Jornalistas Angolanos e outras organizações profissionais, as alterações propostas pelo executivo do Presidente João Lourenço ferem a ética jornalística e põem em causa o carácter independente da Autoridade Reguladora da Comunicação Social.
Uma intensa campanha de lobby está a ser levada a cabo pelo Sindicato dos Jornalistas Angolanos e a representação do Instituto dos Média da África Austral, cujo objectivo é persuadir o parlamento angolano a recuar nesta proposta de lei repudiada pelos membros da classe.
Os profissionais do sector consideram que as emendas no Estatuto do Jornalista mancham a ética do jornalismo ao permitirem que dirigentes políticos, titulares de cargos públicos e responsáveis de gabinetes de comunicação e imagem, de organismos públicos e privados, sejam habilitados a exercerem a atividade jornalística.
A proposta de lei já está em discussão na assembleia nacional e os jornalistas receiam que a ditadura da maioria parlamentar possa dar luz verde às intenções do governo angolano.
O presidente do Instituto para a Comunicação Social da África Austral, confirma que está em curso a campanha de lobby. André Mussamo lamenta o facto das organizações profissionais não terem sido ouvidas na elaboração da referida proposta. VOA