Mário Oliveira, que tutela os setores das Telecomunicações, Tecnologias de Informação e Comunicação Social de Angola falava aos jornalistas após a visita do Presidente da República, João Lourenço, à Rádio Nacional de Angola (RNA), considerando a data “histórica e muito importante para a comunicação social angolana”, tendo em conta o projeto de modernização e expansão da emissora pública.
“O seu foco principal [da rádio] é servir Angola e os angolanos. Recebemos instruções muito concretas para dar continuidade ao trabalho que temos vindo a desenvolver”, disse o ministro, acrescentando que o Presidente se inteirou do dia a dia da empresa e das suas dificuldades, “transversais a muitos setores da vida nacional”.
Sobre as negociações com os profissionais da comunicação social, Mário Oliveira explicou que “há uma comissão negocial a trabalhar” e garantiu que “as negociações só vão parar quando as entidades se entenderem”.
“O que está em jogo aqui é o país, não é o ego das pessoas. Há uma Angola para construir e as negociações têm como base essa Angola por construir”, sublinhou.
A greve geral dos jornalistas dos órgãos públicos de comunicação social, que estava convocada para exigir um aumento salarial de 58% e melhores condições de trabalho, não chegou a iniciar-se, tendo sido suspensa pelo Tribunal da Comarca de Luanda.
A decisão surgiu após uma providência cautelar interposta pelas administrações das empresas de comunicação social do Estado, que alegaram falta de garantia dos serviços mínimos durante a paralisação.
O tribunal considerou que a greve poderia colocar em causa o direito constitucional dos cidadãos à informação, justificando a suspensão preventiva.
O Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA) contestou a decisão, mas declarou que respeitará provisoriamente a providência cautelar, mantendo aberta a reivindicação das suas exigências salariais. Atualmente, mais de 40% da população angolana não tem acesso ao sinal da rádio, situação que o Plano de Expansão e Modernização da RNA pretende inverter. O projeto tem como meta alcançar 95% de cobertura nacional até 2050, apoiado por um financiamento internacional de 40 milhões de dólares.
A iniciativa contempla a modernização tecnológica, a expansão das infraestruturas de transmissão e a melhoria dos serviços informativos, com enfoque nas populações rurais e mais vulneráveis.