O Ministério da Cultura esclareceu nesta sexta-feira, em Luanda, os passos dados até ao momento relativos ao dossier Mbanza Congo, tendo em vista a inclusão da histórica cidade na lista do património mundial da Unesco.
Em conferência de imprensa, a directora do Instituto Nacional do Património Cultural, Maria da Piedade, frisou que dentro do processo de conformação de dados, a Unesco solicitou o ajustamento de alguns dados relativos ao mapa cartográfico, bem como a presença da equipa técnica angolana na sua sede (Paris-França).
“Recebemos uma informação de Unesco de que há a necessidade de se conformar alguns dados relativos ao processo, bem como a presença de membros da equipa de redacção na sua sede para mais informações”, disse.
Maria da Piedade informou que o dossier será, novamente, remetido à Unesco após a conformação de dados solicitados.
“Temos até ao mês de Setembro para tratar das correcções e entregar o dossier à Unesco”, revelou.
De acordo com a responsável, trata-se de pequenos detalhes que não belisca e nem coloca em causa o trabalho realizado até ao momento e muito menos em causa a candidatura entregue.
Por seu turno, João Lourenço, membro da equipa técnica de redacção, frisou tratar-se apenas da conformação de conteúdo de alguns aspectos.
“Trata-se da integração de um ou outro dado, que faremos tal logo regressemos de Paris, depois de recebermos mais explicações na Unesco”, reforçou.
O projecto para a inscrição de Mbanza Congo na lista do património mundial foi lançado em 2007 com a realização de uma mesa redonda internacional sob o tema “ Mbanza Congo, Cidade a Desenterrar para Preservar”.
Mbanza Congo é uma cidade e município da província do Zaire, com cerca de 68 mil habitantes. Foi a capital do antigo Reino do Kongo e designou-se São Salvador do Congo até 1975. A cidade foi fundada antes da chegada dos portugueses e era a capital de uma dinastia que governava desde 1483. O local foi abandonado durante as guerras civis que eclodiram no século XVII.
Mbanza Congo foi o lar dos Menekongo, monarcas que governavam o Reino do Congo. No ano de 1549, por influência dos missionários portugueses, foi construída a Sé Catedral de São Salvador do Congo, a mais antiga da África Sub-Saariana, o nome da igreja no local é Nkulumbimbi. Foi elevada ao status de catedral em 1596.
O nome São Salvador do Congo apareceu pela primeira vez em cartas enviadas por Álvaro I do Congo ou Álvaro II do Congo, entre os anos de 1568 e 1587. A cidade voltaria a chamar-se Mbanza Congo, após a Independência de Angola em 1975.