“Sabemos da existência de lobbies de importação muito poderosos, que, de alguma forma, ofuscam a produção nacional. Temos visto quanto o produto do campo apodrece por falta de escoamento ou de mercado”, disse o também bispo da Diocese de Cabinda, durante uma conferência de imprensa de balanço da 2.ª Assembleia Plenária Anual da CEAST, decorrida desde quarta-feira até ontem, no Santuário de Nossa Senhora da Conceição da Muxima.
O prelado reconheceu, entretanto, que, ultimamente, o Estado tem feito uma travagem na exportação daquilo que o país pode produzir. Na conferência de imprensa, Dom Belmiro Chissengueti defendeu a mudança de mentalidade das autoridades angolanas, no sentido de dar respostas às necessidades da população na questão dos preços da cesta básica.
O bispo disse haver uma grande envergadura de obras públicas, mas defendeu que, no próximo ano, o Executivo tenha como prioridade o combate à fome e à pobreza, dando a possibilidade de subvenções, principalmente na agricultura. “É preciso que haja esse equilíbrio entre a oferta e a procura e, sobretudo, o incremento da produção nacional, fazendo com que o país deixe de importar aquilo que pode produzir”, salientou.
Além da análise da situação política, económica e social do país, os bispos católicos abordaram, igualmente, questões ligadas à Igreja. Aprovaram a realização, de 29 a 30 de Otubro, do Congresso Nacional de Reconciliação, por ocasião dos 50 anos de Independência e do Jubileu da Esperança.
