De acordo com uma nota da Embaixada de Angola na Nigéria, enviada ao Imparcial Press, o réu foi detido a 25 de fevereiro de 2025 no Aeroporto Internacional de Kano, quando tentava embarcar com destino a Istambul, na Turquia.
A detenção ocorreu após exames confirmarem que transportava, por via gástrica, cerca de 1,829 kg de droga, distribuída em 120 cápsulas.
Segundo as autoridades nigerianas, Mbala Abuba terá sido recrutado em Luanda por uma rede de contrabandistas e recebido a substância ilícita em território nigeriano, mediante compensações financeiras não divulgadas.
A análise forense realizada pela Agência Nacional de Combate ao Tráfico de Drogas da Nigéria (NDLEA) confirmou que a substância apresentava 100% de pureza, com um valor estimado em 100 mil dólares.
O juiz da causa, Muhammed Nasiru Yunusa, classificou o ato como um crime organizado e transnacional que infringe gravemente a legislação nigeriana. Ainda assim, a pena aplicada teve atenuantes, como o facto de o arguido ser primário, estrangeiro e com responsabilidades familiares em Angola.
Apesar de Angola e Nigéria não manterem um acordo de extradição formal, o juiz determinou que o réu cumpra a pena de prisão em território angolano.
A questão será debatida na próxima reunião da Comissão Mista Bilateral Angola-Nigéria, prevista para decorrer em Luanda, com o objetivo de harmonizar procedimentos e aliviar encargos administrativos entre os dois Estados.
Durante o julgamento, a Embaixada de Angola esteve representada por uma delegação diplomática composta por cinco membros, liderada pelo conselheiro Ineclito Anastácio Lima.
