O Congresso Nacional da Reconciliação (CNR), agendado para outubro e apresentado hoje em Luanda, é uma iniciativa da CEAST, enquadrada no âmbito das celebrações dos 50 anos de independência de Angola a serem assinalados em 11 de novembro de 2025. ,
Segundo o secretário nacional da Comissão Episcopal de Justiça, Paz e Integridade da Criação da CEAST, Celestino Epalanga, o congresso será um espaço de reflexão nacional sobre o percurso histórico de Angola e deve produzir uma carta nacional de compromissos.
“A produção desta carta nacional de compromissos é um dos resultados esperados deste congresso e esta carta deve congregar as lições da história dos últimos 50 anos e definir caminhos para os próximos anos”, disse hoje o padre Celestino Epalanga.
O CNR deve congregar todas as sensibilidades do país, da vida social, política, religiosa, académica, empresarial, cultural e outras para um “exame coletivo de consciência” sobre o percurso do país em meio século de independência, referiu.
De acordo com o sacerdote, o “percurso desafiador” da paz e reconciliação de Angola – que assinala 23 anos de paz e reconciliação na sexta-feira, 04 de abril – no plano social, religioso e cultura norteiam ainda os propósitos deste conclave.
Este congresso deve proporcionar “espaços de autoavaliação e da busca de novos rumos para o nosso futuro, momentos restauradores para a nação angolana e estabelecer um compromisso para novos rumos”, frisou.
Hoje, numa conferência de imprensa na sede da CEAST, em Luanda, Celestino Epalanga afirmou que o congresso surge igualmente como um espaço de retrospeção histórica à volta das lições dos 50 anos de independência e o estabelecimento de um compromisso comum.
“Vamos produzir a carta do cinquentenário onde possamos ver espelhadas as preocupações que o nosso passado histórico produziu, trazermos uma nova proposta de vida e assumirmos um compromisso de renovação e conversão com o país”, sustentou.
A saúde e educação, defesa e segurança, economia, a justiça e a comunicação social são temas que serão discutidos em painéis no decurso deste congresso, enquadrado nas celebrações dos 50 anos de independência de Angola.
Sobre os 23 anos de paz e reconciliação, Celestino Epalanga destacou os investimentos feitos em infraestruturas, como estradas, hospitais, centralidades, tendo referido que Angola tem ainda desafios da fome, miséria e pobreza.
“Vemos muitos dos nossos irmãos e irmãs que, infelizmente, para comerem ,têm que ir aos aterros sanitários, vemos um grande número de crianças a viverem com desnutrição crónica, isto é penoso para um país”, lamentou.
Celestino Epalanga concluiu a intervenção considerando que o congresso agendado para outubro “vem dizer que nós precisamos de construir um país inclusivo, porque a filosofia da exclusão é que nos conduziu a guerra civil (…), e já sabemos que a guerra é sempre uma derrota, perdemos vidas e ficamos estagnados”.