Terça, 15 de Outubro de 2024
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Sábado, 20 Abril 2024 18:16

“Os brasileiros não estão interessados em investir em Angola”

Líder da organização dos agricultores acredita que os empresários temem fazer investimentos em Angola “por falta de segurança jurídica”. Por isso, propõe novas abordagens e faz comparações com a forma de trabalhar de outros países.

 O presidente da Associação Agro-Pecuária de Angola entende que os empresários brasileiros “não têm interesse” em investir na agricultura em Angola por “falta de segurança jurídica”. Numa conferência em Luanda, Wanderley Ribeiro afirmou que se “não se mudar o modelo de atracção de investidores, estes poderão não trazer o dinheiro” para Angola.

O líder associativo reforçou esta ideia depois de ter recebido, na semana passada, a presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa).

Apesar dos acordos de cooperação entre Angola e o Brasil, na agricultura, Wanderley Ribeiro sentiu “não haver interesse dos empresários brasileiros do sector agrícola para investirem em Angola por falta de segurança jurídica”.

Em Agosto do ano passado, os dois países assinaram sete novos acordos de cooperação com o objectivo de reforçar e relançar as relações bilaterais. Nesses acordos, está incluído um investimento no perimetro irrigado do Canal do Cafu, no Cunene. No entanto, para o lider associativo, os empresários brasileiros não têm segurança para trazer o dinheiro para Angola.

Há quase dois anos que a AAPA tem estado a visitar o Brasil e reunido com os principais produtores e empresários do agronegócio brasileiro, mas garante "faltar estratégia" de atracção dos investidores. "Não se consegue trazer boa parte dos produtores, porque o país apresenta-se como um país de potencialidades quando estes investidores estão em países com um conjunto de políticas criadas que lhes då alguma segurança".

"Geralmente nos apresentamos na perspectiva da potencialidade, porque Angola tem potencialida des, tem rios, água, terras, mas lá também tem e há outros países que também têm água e terras, é pre ciso desenharmos o nosso modelo de atracção de investimento, não é só terra e água", reforçou a ideia

Na conferência Economonia 100 makas', que debateu a 'com- petitividade como chave para uma Angola mais desenvolvida e inclusiva', Wanderley Ribeiro defendeu ser preciso saber, por exemplo, que tipo de capital é que se consegue arranjar para um fazendeiro que tenha dois a três mil hectares no Brasil e que pretenda vir para Angola. "Ele terá de trazer a experiência ou o dinheiro dele?

Se quisermos que traga dinheiro e, na perspetiva de investidor, vai fazer uma análise, colocar o meu dinheiro em Angola ou reinvestir no mercado onde ele está e o resultado não é mau", avalia. Por isso, o presidente da AAPA aconselha que a abordagem deve passar por criar um instrumento articulado com o Banco de Nacional de Desenvolvimento (BNDES), o banco brasileiro equivalente ao BDA, para criar uma linha de financiamento por via do BNDES com capital partilhado, com o BNDES a colocar 50% ou 60% do valor e da parte de Angola Fundo de Garantia de Crédito (FGC) emita uma garantia e depois a banca comercial local entra com outra parte. Valor Económico

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