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Quinta, 22 Junho 2023 21:36

Governador de Luanda deve apresentar prova que o tentaram subornar, dizem analistas

O governador de Luanda disse nesta segunda-feira,19, ter sido aliciado com uma caixa de dinheiro para não concretizar o plano de reordenação da actividade comercial na capital do país mas escusou-se a citar nomes.

“Alguém me mandou uma caixa de dinheiro há dias aqui no Governo da Província e eu devolvi. Não precisamos disso”, denunciou Manuel Homem sem precisar nomes.

O analista político e social, Serra Bango, defende que o governador de Luanda devia denunciar e manter a suposta caixa de dinheiro como prova evidente de tentativa de corrupção.

“Não o tendo feito, só duas coisas devem ter acontecido: ou é um bluff, para dizerem que teve coragem e ainda assim prosseguiu com o encerramento dos armazéns ou então recebeu mesmo o dinheiro mas não na quantidade que deveria”, disse.

O também líder da AJPD- Associação, Justiça Paz e Democracia afirmou que a anunciada reorganização do comércio de Luanda visa satisfazer “interesses económicos de grupos” e sugere que o governador de Luanda deve ser exonerado e chamado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) para dizer quem foram os empresários que o tentaram aliciar.

O jornalista Ilídio Manuel alinha pelo mesmo diapasão, mas entende que a reorganização do comércio ambulante está a ganhar corpo desde que Manuel Homem assumiu a transferência dos armazéns de venda a grosso do centro da cidade para a periferia mas mesmo assim considera como sendo medidas paliativas.

“Há alguma melhoria pelo menos em termos de mobilidade e redução dos lixo. Mas tudo isso são paliativos porque atacaram-se os efeitos e não as causas e daqui a algum tempo voltaremos a viver o mesmo fenómeno. Se a população de Luanda não vende não come”, disse.

Em declarações feitas durante um encontro com empresários locais o governante disse estar a ser pressionado por “determinados grupos empresariais que arranjam terceiros caminhos para nos obrigar a ter determinados comportamentos que fogem daquilo que nós estamos obrigados a cumprir e não temos cedido a isso.”

Manuel Homem assegurou que apenas quer reorganizar a actividade comercial e que "quem está bem cumpre, nós não precisamos de nada para que as actividades não ocorram, mas, por favor, não nos aliciem”.

“Nós não precisamos desse aliciamento que temos recebido todos os dias”, afirmou. VOA

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