"E então ele disse me dá 5 mil kwanzas e eu disse, também, não tenho, porque dormi à fome, não tenho nada, não tenho condições", disse.
Assustada com o que ouvia, a jovem face à manifesta ameaça de morte do meliante, cedeu e permitiu que ele irrompesse o interior da sua residência, onde se encontrava com os filhos. Posto no interior, o meliante sujeitou a vítima a um interrogatório. Quis saber se ela tinha alguns bens de que se poderia apoderar, designadamente televisor, botija, vendo que a vítima não dispunha de quase nada, o suposto marginal decidiu, então, aguçar o seu apetite sexual, obrigando-a a ter uma relação sexual. A senhora encontrava-se em casa apenas com os filhos e o marido em viagem. A intenção do jovem assaltante, de 19 anos de idade, era ainda violar as cinco filhas da senhora, com idades compreendidas entre os 10 e 5 anos de idade.
Para a materialização dos seus intentos, o jovem meliante teve o despeito de pedir que a vítima improvisasse uma cama onde ele se deitaria, que viria também servir de “palco” para consumação do acto, e a obrigou a despedir-lhe a roupa, advertindo à jovem que da casa dela só sairia no dia seguinte, às 5 horas da manhã.
“Se você chamar alguém, voute matar. Ele disse primeiro vou te dormir e, depois, vou dormir as tuas crianças. E eu disse para ‘não mexer nas minhas crianças, mexe só em mim. E, pronto, nos envolvemos, acabamos e foram duas vezes. Ele fez e, depois, dormiu”, contou à imprensa presente no local.
Vizinhos o detiveram e agrediram
Quando o sol ‘timidamente’ irrompia as nuvens a anunciar a aurora do novo dia, aí por volta das 5 horas, a senhora desperta-se, estando o meliante ainda tomado pelo sono, decide pular com os filhos pela janela e clamar por socorro dos vizinhos.
Estes rapidamente fizeram-se à casa da senhora e agrediram-no. Não fosse a pronta intervenção da Polícia Nacional, seguramente, o jovem meliante teria perdido a vida às mãos dos vizinhos que saíram em socorro da senhora.
“Agora me deram uma guia para eu ir fazer o teste. Quero que ele vá directo para o Cavaco (cadeia), quero justiça”, implora.
Pela cronologia dos factos, há quem acredite que senhora tivesse alguma relação com o meliante. Questionada, a jovem jura a pé juntos ser a primeira vez que dá de cara com ele. “Nunca lhe vi, não lhe conheço, não sei se é quem”, garante.
A Polícia Nacional em Benguela já deteve o cidadão. Este facto surge numa altura em que o comandante provincial, comissário Aristófanes dos Santos, fez uma abordagem geral do crime, tendo considerado de calma a situação da criminalidade em Benguela.
O jovem, sob custódia da Polícia Nacional, recebe assistência médica e medicamentosa algemado a um dos leitos do Hospital Geral de Benguela, em consequência de agressões físicas de que foi vítima por parte de vizinhos e familiares.
A médica no banco de Urgência do Hospital Geral de Benguela, Júlia Câmera, descreveu o quadro do paciente como sendo estável. “O que a gente sabe é que o paciente se introduziu numa casa e violou alguém. Mas o quadro dele é completamente estável”.
O acusado defendeu-se com o argumento de que tinha um acordo com a vítima, mãe de cinco filhos, e diz que ela está a faltar à verdade. Ele manifesta-se consciente do que fez, referindo que se, por alguma fatalidade, a jovem conceber, ele está disposto a assumir o filho. OPAÍS