A denúncia foi oferecida pela procuradora da República Stella Fátima Scampini em 19 de setembro e recebida no dia 21 de outubro pela juíza federal da 8ª Vara Federal Criminal de São Paulo, Maria Isabel do Prado. Os cinco brasileiros foram presos nesta quinta-feira (24) durante operação da Polícia Federal.
Os mandados de busca e apreensão foram cumpridos em onze endereços nas cidades de São Paulo, São Bernardo do Campo, Cotia e Guarulhos, na Grande São Paulo.
Três dos detidos são acusados de aliciar mulheres, desde simples frequentadoras de casas noturnas até garotas de programa. Elas recebiam US$ 10 mil para viajar para os três países. As garotas passavam uma semana nos destinos, faziam sexo sem preservativo e na volta ganhavam um falso coquetel antiaids.
Mulheres famosas, como atrizes e modelos, ganhavam até US$100 mil pelo serviço. Um empresário brasileiro e um homem que fazia toda a documentação foram presos. Os dois empresários angolanos são procurados pela polícia e devem ter seus nomes incluídos na lista de procurados da Interpol.
Investigações
As prisões fazem parte da operação Garina, da Polícia Federal. A investigação durou um ano, mas a PF suspeita que o esquema ocorria desde 2007. Até 100 mulheres foram enviadas por ano para os três países.
De acordo com as investigações, a organização criminosa internacional contava com dois núcleos, um no Brasil e outro em Angola. Um angolano seria o principal financiador da ação criminosa, que era responsável pela remessa mensal de cerca de sete mulheres brasileiras ao exterior, movimentando por mês o valor aproximado de US$ 500 mil. A estimativa é de que, ao longo dos sete anos, os suspeitos tenham movimentado aproximadamente US$ 45 milhões.
O grupo utilizava os nomes de um grupo musical e duas empresas, uma primeira sediada no Brasil e outra em Angola, para facilitar a obtenção de vistos para as mulheres enviadas ao exterior e para ocultar práticas criminosas relacionadas ao tráfico internacional de pessoas.
G1