Ricardo de Abreu fez hoje o balanço da visita que o Presidente de Angola, João Lourenço, realizou às obras de construção do novo aeroporto internacional de Luanda, iniciadas em 2007, localizado na comuna de Bom Jesus, no município de Icolo e Bengo, a 30 quilómetros de Luanda, capital do país.
“O limite [financeiro] que nós temos para a conclusão deste projeto foi conseguido pelo executivo angolano, em 2018, e ronda os 1.400 milhões de dólares, nesta altura temos um nível de execução na ordem dos 40% desse valor e agora precisamos de continuar a execução financeira para que o ritmo da execução física também não pare”, disse Ricardo de Abreu.
Segundo o ministro, este é o limite em termos de financiamento público, embora haja um conjunto de infraestruturas de suporte à atividade do aeroporto, que serão executadas no âmbito da intervenção do setor privado.
O processo de certificação vai começar em junho e o Governo angolano vai contar com o apoio da ICAL, a organização da Aviação Civil Internacional, cuja chancela permitirá a Angola colocar o seu novo aeroporto no nível de conformidade e destaque internacional.
O governante angolano salientou que dificuldades financeiras do anterior promotor do projeto contribuíram para o atraso da obra, tendo o Estado assegurado as fontes de financiamento para concluir o projeto só foram ativadas em 2020.
“Entretanto, nesse período tivemos ainda a pandemia que de facto limitou o nível de produção desta obra, que já estaria numa fase muito mais adiantada se não fossem esses conjuntos de eventos, mas penso que estamos numa fase de consolidação, de velocidade cruzeiro”, indicou.
O titular da pasta dos Transportes de Angola salientou que o processo de certificação da infraestrutura, iniciando em junho, será realizado o primeiro voo teste, seguindo-se outros para se conseguir garantir a certificação final do aeroporto, em finais de 2023, e abertura às companhias aéreas internacionais com ligações para Luanda ou a partir de Luanda, e à TAAG, companhia nacional.
“Foi uma visita positiva, há francos avanços, estamos numa fase muito avançada da obra, não podemos é perder o ritmo e para isso precisamos de contar com todos os intervenientes da comissão multissetorial, para conseguirmos de facto ter aqui um projeto que nos possa orgulhar a todos”, referiu.
Relativamente ao atual aeroporto internacional de Luanda, 04 de Fevereiro, Ricardo de Abreu disse que não há perspetivas de o encerrar e deverá continuar com a operação, mesmo depois da entrada em operação do novo aeroporto.
“Consideramos que todo o trabalho que fizemos de reformas estruturais a nível do setor e aquilo que pode ser o potencial de crescimento do setor da aviação civil em Angola, permite-nos pensar termos dois aeroportos”, realçou.
De acordo com Ricardo de Abreu, no futuro aeroporto internacional de Luanda vai haver além de voos internacionais, voos domésticos, enquanto o atual 04 de Fevereiro poderá servir para aviação executiva.
Quanto aos acessos, Ricardo de Abreu considerou “um tema crítico”, estando em curso projetos a nível ferroviário e rodoviário.