O descontentamento, vem expresso nas declarações do Sindicato dos médicos, cuja classe tem prevista uma paralisação dos serviços a partir do dia 06 de Dezembro.
Estes, criticam o Ministério da Saúde, em relação ao tratamento dado aos médicos angolanos formados, no exterior, com realce na Cuba e exigem mais valorização para com estes.
De acordo com o Secretário provincial dos médicos, em Luanda, Miguel Sebastião, tem havido uma diferença abismal no tratamento entre os médicos expatriados e os angolanos.
A título de exemplo, Miguel Sebastião disse que os cerca de 200 médicos cubanos chegados ao país, no âmbito do combate à Covid-19, recebidos pela ministra da Saúde e sua delegação, no Aeroporto Internacional de Luanda, foram uma semana depois colocados todos, em postos de trabalho em todo país.
"Este ano, chegaram também 200 médicos angolanos formados em Cuba mas como são angolanos foram recebidos pelo presidente do CNJ, Isaías Kalunga, porque são angolanos. Ninguém do ministério se importou para ir receber esses colegas provenientes de Cuba", lamentou.
Miguel Sebastião, revelou que estes mesmos médicos angolanos recentemente vindos da Cuba, estão fazer banco voluntário em vários hospitais do país, sem nenhuma remuneração.
Esses colegas, acrescentou, estão a fazer branco voluntário, sendo explorados e até mesmo escravizados pelo ministério da Saúde, numa altura em que não se sabe o que estes comem nem sequer de que formas se têm deslocado aos postos de trabalho.
"Na verdade nós não estamos a ver o rumo que o Ministério da Saúde tem em relação à política na classe médica. A classe médica angolana é totalmente desvalorizada", adiantou Miguel Sebastião.
Por sua vez, o presidente do Sindicato dos médicos angolanos, Adriano Manuel referiu que os médicos em Angola vivem numa indigência total.
"Esse é o país em que não se reconhece o esforço do médico. Para quem estuda há 15 anos e não tem um sistema remuneratório especial é pobre. É pedinte. Nós solicitamos um sistema remuneratório especial, tendo em conta a especificidade do nosso trabalho", conforme Adriano Manuel.
Para o responsável dos médicos, não é aceitável que haja um volume de pessoas nos hospitais a morrerem e eles a verem, sem o mínimo de condições possível para intervenção.
De salientar que, estes profissionais de saúde poderão iniciar uma greve no dia 06 à 10 de Dezembro em todas unidades hospitalares do país, para exigir melhoria de condições de trabalho, aumento salarial e reenquadramento ao serviço, do presidente do Sindicato dos médicos angolanos, Adriano Manuel, suspenso em junho de 2020, pelo ministério da Saúde.