"Já se esgotou o prazo de prisão preventiva sem qualquer acusação formal. Hoje fomos surpreendidos com a prorrogação da prisão para ZecaMutchima por mais dois meses", lamentou ao Novo Jornal o seu advogado, Salvador Freire dos Santos.
Segundo Salvador Freire dos Santos, existem ordens de "forças ocultas" para manter o activista em prisão preventiva, com prazos já vencidos.
" A PGR não consegue dar uma resposta convincente sobre o processo. Esta já não é uma situação jurídica, mas sim política", acrescentou o advogado, que não entende as razões do excesso de prisão infligido ao seu cliente.
Refira-se que cerca de 300 pessoas ligadas ao "Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe", , que luta pela autonomia das Lundas, foram acusadas de invadir, na madrugada de 30 de Janeiro, uma esquadra policial de Cafunfo, província angolana da Lunda Norte, e em defesa as foras de ordem e segurança atingiram mortalmente seis pessoas.
O "Movimento do Protectorado da Lunda Tchokwe" tem afirmado que a manifestação, apesar de proibida, foi pacífica e ninguém estava armado, acusando os efectivos da Polícia Nacional e as Forças Armadas (FAA) de "actos bárbaros" por terem disparado contra cidadãos indefesos.
Zeca Mutchima é apontado pelas autoridades como cabecilha deste alegado "acto de rebelião", que para os cidadãos locais era uma "manifestação pacífica". NJ