Quinta, 18 de Abril de 2024
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Terça, 25 Mai 2021 13:19

Negócio com Bento Kangamba originou a investigação que culminou na detenção de Major Lussaty

Uma fonte da Casa de Segurança da Presidência da República, de cuja identidade repousa sob anonimato, revelou que a operação integra "um esquema antigo em que estão envolvidos muitas altas patentes" das Forças Armadas Angolanas (FAA).

De acordo com as suas declarações, o major Pedro Lussaty, vinha a ser seguido após um negócio com o general Bento Kangamba, a quem terá vendido uma residência na Espanha.

À dada altura, as autoridades espanholas alertaram as suas congéneres angolanas, sobre a existência de um novo dono da referida residência, tendo o o general Bento Kangamba sido notificado, por três vezes, porém a nenhuma destas notificações o mesmo compareceu.

Desde aquela data para cá, as autoridades judicais passaram a seguir o major Pedro Lussaty, o qual "fizeram o devido levantamento da sua ficha em Luanda".

A fonte, revelou ainda que o referido montante é colocado fora do sistema bancário, através do saco azul da Presidência, com o qual se fazem diversos pagamentos sem necessidade de justificativos.

Com o efeito, os militares envolvidos no esquema conseguem manejar avultadas somas de dinheiro fora do sistema bancário.

No ano passado, ainda segundo a fonte que temos vindo a citar, "vários oficiais pertencentes a este esquema foram detidos e aguardam por julgamento".

Refira-se que, a limpeza que o presidente da República, João Lourenço efectuou surge nesta segunda-feira, 24 de Maio, surge dias depois do major Pedro Lussaty, oficial da FAA em serviço na Presidência e chefe das finanças da banda musical, ter sido detido no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, quando tentava viajar para o exterior de Angola, com mais de 10 milhões de dólares e quatro milhões de euros, respectivamente.

Em uma nota de imprensa, a Casa Civil da Presidência da República informou que “depois de ouvido o Conselho de Segurança Nacional", João Lourenço exonerou os tenentes-generais Ernesto Guerra Pires, do cargo de consultor do ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Angelino Domingos Vieira, do cargo de secretário para o Pessoal e Quadros, José Manuel Felipe Fernandes, do cargo de secretário-geral da Casa de Segurança do Presidente da República.

O Presidente exonerou ainda João Francisco Cristóvão, do cargo de director de Gabinete do Ministro de Estado e chefe da Casa de Segurança do Presidente da República, Paulo Maria Bravo da Costa, do cargo de secretário para Logística e Infra-Estruturas da Casa de Segurança do Presidente da República, e o brigadeiro José Barroso Nicolau, do cargo de assistente principal da Secretaria para os Assuntos dos Órgãos de Inteligência e Segurança de Estado.

De salientar que, a mesma nota não apresenta as razões do afastamento dos seis oficiais superiores das FAA, que trabalhavam na Casa de Segurança, nem nomeia os seus substitutos.

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