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Domingo, 23 Mai 2021 20:15

Shopping Kinaxixi marca inauguração para 2024

Desde o início da construção em 2008, as obras nunca pararam mesmo com o aperto causado pela crise económica. Já na fase de conclusão, o maior centro comercial de Angola espera abrir as portas dentro de três anos.

Afinal, as obras do Complexo do Kinaxixi nunca estiveram paralisadas e, ao contrário das informações que davam conta da inauguração do centro comercial em 2015 e as restantes torres em 2016, a empresa proprietária do empreendimento não havia equacionado, pelo menos na altura, a data do corte da fita.

As revelações exclusivas ao VALOR são de Luciano Dzik, director do Kinaxixi Empreendimentos, que insiste que as obras nunca paralisaram, mesmo quando a construtora Somague saiu em 2018.

Iniciado em 2008, com escavações a cargo da portuguesa Soares da Costa e continuada em termos de estrutura pela Somague até 2018, o imponente empreendimento erguido no centro da cidade de Luanda está acima dos 50% de execução, estando a conclusão a cargo da empresa Grow Constrution, desde o ano passado.

Luciano Dzik estima concluir o shopping, a principal área do complexo com três torres de 25 andares, no primeiro semestre de 2024, na eventualidade de o cenário económico começar a mudar positivamente a partir do próximo ano. “É um empreendimento privado, feito com recursos da empresa (Kinaxixi Empreendimentos) e do mercado, e a sua viabilização depende do cenário económico. Nós adaptamo-nos à situação. Hoje, o mundo, e particularmente Angola, vive uma situação económica bastante constrangedora, então o nosso ritmo está a a acompanhar isso. À medida que houver uma recuperação, tanto a nível nacional e internacional, o ritmo da obra será outro”, explica o gestor, precisando que trabalha com uma previsão de entre 30 e 36 meses para terminar o shopping.

Do total de mil milhões de dólares de investimento previsto, já foi empregada metade e, embora não tenha pressa pelo facto de não estar “comprometido com ninguém” tão-pouco focado em financiamento bancário, o também engenheiro estima um financiamento para concluir antes da data de entre 400 e 500 milhões de dólares. “Apoio financeiro é sempre necessário. Em qualquer parte do mundo, o empreendimento imobiliário é feito com recursos próprios e da banca. Mas o momento actual não permite que a gente tenha nesta vertente uma solução imediata, os bancos hoje também se ressentem da crise. A capacidade de investimento dos bancos está atrelada à situação mundial, foi agravada com a covid-19”, observa.

Apesar do difícil contexto económico, nota, a opção de uma gestão “mais rigorosa” permitiu atingir, até ao momento, custos indirectos de 1%, diferente do registado em empreendimentos desta envergadura que chegam aos 5% do custo total. “O que não implicará aumento do investimento previsto desde o início”, acautela.

Shopping e Torres, “um conceito inovador”

“Já estão a caminho de Angola os materiais de acabamento do centro comercial, entre os quais elevadores e a cobertura. Brevemente, a actual imagem terá um outro aspecto externo, à semelhança do interior, escondido dos olhos de quem passa nas proximidades e pode julgar não estar a decorrer qualquer trabalho”, diz o gestor.

O centro comercial sai do subterrâneo ao sexto andar, vai albergar 220 lojas diversas, seis salas de cinemas, cafés, restaurantes e espaços de cultura, além de uma zona para quitandeiras exporem produtos da terra.

Prestes a concluir, a obra iniciada por cerca de mil pessoas, conta actualmente com 200 funcionários, número neste momento reduzido devido à pandemia da covid-19. E, segundo a empresa, são feitos à medida das possibilidades financeiras alguns retoques no centro comercial e na torre residencial. Alguns apartamentos encontram-se já estucados, à espera de aplicação de portas e janelas.

Apesar de três em um, as entradas das torres de escritórios e residencial são todas privadas e só acederá às mesmas quem tiver o cartão de acesso. Ou seja, quem estiver no shopping não consegue entrar ao espaço residencial ou de escritórios. Ao contrário, os moradores e usuários de escritórios podem ter acesso à zona comercial sem quaisquer constrangimentos, desde que tenham o cartão de acesso.

Com 116 apartamentos do T2 a T6, distribuídos em pisos de acordo com a tipologia, a torre residencial conta no último piso com piscina, ginásio, sala de jogos, salão de festas e churrasqueiras. Já as torres de escritórios, com até 1.800 metros livres por piso, dispõem de salas de negócio, reunião corporativa. Ambas começam a ser comercializadas depois da abertura do shopping.

Largo do Kinaxixi recuperado

No início, a construção foi alvo de várias críticas por abranger um local bastante histórico e cultural. Daí que a empresa, em articulação com administração local, acordou em manter o famoso largo do Kinaxixi, cujas obras estão também com grau de execução avançado e mantém a estátua da rainha Nzinga Mbande. Diferente de há 13 anos, o largo conta um anfiteatro e balneários públicos.

Preços não serão exorbitantes

Os preços das lojas, residências e escritórios não serão “tão elevados”, assegura Luciano Dzik, com o argumento de ter os “custos controlados”. Todavia, a definição dependerá da realidade económica. “É claro que o processo de venda nunca é simples, depende de outros factores que nunca estão nas nossas mãos. Por exemplo, só para citar um caso concreto, a actividade de construção não tinha IVA, de um ano para cá passou a ter, isso significou incremento de 14% do meu custo. É um dado, eu tenho de me adaptar, buscar fórmulas para sobreviver a esta situação”, argumenta.

A abertura do empreendimento poderá gerar entre dois mil e quatro mil empregos directos. VALOR 

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