MPLA entre a rendição e a luta
Em Outubro de 2015, recorda Hitler que estava na cadeia de São Paulo, e, de repente viu na televisão Ângelo da Veigas Tavares, ex-ministro do Interior, em plena televisão a acusar os Revús de terem pacto com a NATO/OTAN para desestabilizar Angola.
Naquela altura, disse ter ficado a refletir o quão baixo são os tomadores de decisão em Angola, tendo o ministro do Interior em parceria com o ministro das Relações Exteriores convidado o corpo diplomático acreditado em Angola para apresentar as provas do crime de um caso que estava em segredo de justiça.
"Estamos em 2021, o Presidente já não é o mesmo nem o ministro, mas o modus-operandi continua a ser o mesmo. Os lusitanos diriam "mudam-se os tempos, mudam-se as vontades", mas eu porém digo-vos mudam-se o tempos e mudam-se os bodes espiatórios tal como os subterfúgios políticos", conforme o activista.
No actual contexto político, considerou que o Presidente da UNITA é um candidato que atrai qualquer tipo de eleitor, logo tem sido responsabilizado pelos feitos dos revús, dizendo que ele paga pelos seus estudos, viagens e manifestações e que o fim destas manifestações é a queda do regime, por via da força com vista a subida da UNITA, havendo até planos para a desestabilização do país.
"Tais acusações, feitas por gente sem credibilidade social como David Mendes, Carlos Alberto, Rui Silva Galhardo e Amadeu Cortez, passam nos ecrãs das televisões públicas e quase publicas, nos jornais e nas radios enquanto os agentes dos Serviços de Inteligência e de Segurança do Estado ficam sentados, com os braços cruzados e as pernas traçadas nas instalações do Camama, enquanto pensam na próxima calúnia", observou.
Para Hitler, as acusões são, na verdade, extremamente graves mas que vêem acompanhadas de banalização. "Se não vejamos: Há um plano contra a Segurança do Estado e o SINSE só está a olhar. Há um plano de manifestações para gerar instabilidade socio-politica e o Miala só está a observar, tal como a PGR".
Pensava, o activista cívico, que seria diferente com o actual Presidente da República, João Lourenço, mas é a mesma coisa, porque o regime procura sempre um bode espiatório, um subterfúgio para justificar a incompetência governativa.
Disse ainda que é impressionante, a forma diversificada de pilhagem dos recursos naturais em Angola, quando o MPLA explora o petróleo, os diamantes, as madeiras, tudo de uma vez, sem piedade e sem pensar na geração vindoura.
"Isto sim é atentado contra o Estado angolano, não são as manifestações que reúnem jovens desempregados, filhos de reformados sem pensão na Caixa social e de zungueiras que vivem fugindo dos fiscais que o MPLA cria para roubar mais o pouco que se ganha", apelou.
É igualmente de opinião que o país precisa de um Presidente inteligente, capaz de perceber os anseios do povo, resolver o problema da fome, saúde e educação, despartidarizar as instituições e institucionalizar as autarquias para permitir a redução da pobreza, assimetrias regionais e desenvolvimento comunitário.
Por outra, disse que o Presidente João Lourenço e a sua "gentalha" não precisam de ter medo do futuro, porque a UNITA não é e nunca foi de vinganças. O MPLA precisa perdoar-se a sí mesmo e isso só será possivel estando na oposição.
"Precisamos de coesão social, justiça, bem-estar e segurança. João Lourenço provou por A + B que não está capacitado para nos garantir o minimo dos minimos, logo precisamos de mudanças e a mudança só será possivel com o Adalberto Costa Junior na liderança", rematou.