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Terça, 22 Dezembro 2020 19:17

Covid-19: Transportes em Angola com perda superior a 835 milhões de euros

O setor dos Transportes angolano registou perdas de 673,1 mil milhões de kwanzas (835,2 milhões de euros) devido à covid-19, representando uma redução de cerca de 66% comparativamente a 2019, informou hoje o Governo.

A informação foi avançada pelo Gabinete de Estudos e Estatísticas do Ministério dos Transportes, numa videoconferência, conforme noticiou a agência noticiosa angolana, Angop.

Segundo os dados, comparativamente ao ano passado, as perdas no setor de aéreo caíram negativamente cerca de 80%, no portuário e marítimo ficou menos cerca de 30% e no rodoviário em cerca de 50%.

De acordo com a informação, em condições normais, o setor dos Transportes atinge aproximadamente 1,6 biliões de kwanzas (1,9 mil milhões de euros) de receita anual e uma arrecadação fiscal de 46,4 mil milhões de kwanzas (57,5 milhões de euros).

Angola foi afetada pela covid-19 em março passado, quando surgiram as primeiras infeções, registando até à data 16.802 infeções e 393 mortes.

Reestruturação da TAAG outra vez na agenda com mesmos desafios

A companhia aérea de bandeira de Angola, TAAG, volta a falar na necessidade da sua reestruturação, tendo o presidente do Conselho Executivo Rui Carreira anunciado no fim de semana que a empresa precisa mudar profundamente a sua cultura e forma de funcionamento, para se tornar numa empresa de referência no espaço regional africano.

Entre as primeiras medidas, Carreira aponta a abertura de novas rotas comerciais, a redução de custos operacionais e a renegociação de contratos a preços mais competitivos.

Estas mudanças, no entanto, estão a ser recebidas com cautela, enquanto se aponta para necessidade da descentralização da companhia, caso contrário a crise continua.

O representante sindical dos trabalhadores da TAAG, Gomes Castro, entende que a principal preocupação da sua organização em relação a estas medidas prende-se com a manutenção dos postos de trabalho dos seus filiados.

"Caso aconteça esta reestruturação e pretendam movimentar quadros, então que a mesma seja feita com cabeça, tronco e membros e sobretudo dentro dos parâmetros legais vigentes no país”, afirmou Castro

Uma preocupação que, segundo José Severino, presidente da Associação Industrial Angola (AIA) pode encontrar acomodação na descentralização da gestão da empresa.

"Em determinadas áreas, devia haver uma descentralização da gestão porque o país é grande, há propostas por exemplo de se expandir para Benguela, que pode ser uma TAAG regional, interagindo com regiões do interior por causa da existência do porto, caminhos de ferro, indústrias, pescas”, sugere Severino, para quem a actual “gestão estatal centralizada não vai resultar”.

Aquele empresário sustenta que "não podemos continuar com esta macrogestão dos negócios do país porque o país tem uma realidade objectiva que não se compadece com este modelo de gestão de países pequenos".

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