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Terça, 18 Agosto 2020 16:59

Covid-19: Instituições privadas angolanas querem ensino à distância e semipresencial

A Associação das Instituições do Ensino Superior Privado de Angola (AIESPA) defendeu hoje a implementação do ensino à distância e semipresencial, devido à covid-19, lamentando a suspensão de contratos de cerca de 14 mil funcionários do setor.

“Devemos encontrar todas as soluções possíveis para que as pessoas não fiquem sem aulas, por exemplo como o ensino à distância e o semipresencial, entre outras metodologias ativas”, afirmou o presidente da AIESPA, Filipe Zau.

Aludindo às declarações do secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, sobre a necessidade do retorno das aulas em tempo da pandemia, o responsável disse que essas alternativas deverão travar um possível fosso entre gerações.

Filipe Zau, que falava durante um “Encontro de Reflexão sobre o Direito à Educação e Formação em Contexto da covid-19”, recordou as dificuldades do ensino superior privado, agravado pela covid-19, que concorreu para a suspensão de milhares de contratos.

“Suspendemos os contratos porque não há salários e estão nessa condição à volta de 14 mil pessoas em todo o país, e, portanto, já temos 33,4% de desempregados”, explicou o líder da AIESPA, notando que esta massa de profissionais do ensino superior e geral se junta às dificuldades existentes.

As aulas no ensino geral e universitário em Angola foram suspensas em março, antes do Presidente angolano, João Lourenço, decretar estado de emergência, que decorreu entre 27 de março e 25 de maio, visando conter a propagação da covid-19.

Segundo Filipe Zau, os problemas das instituições do ensino superior privado em Angola resultam principalmente da falta de tesouraria para o pagamento regular dos salários e para manter funcionais as estruturas, agravados pela pandemia.

“As instituições foram aguentando o quanto podiam”, explicou o líder da AIESPA, acrescentando que, sem entrada de dinheiro e apenas contando “com as despesas, a estrutura de preços das universidades e dos institutos é muito pesada”.

“Então, para nossa maior tristeza, os nossos funcionários e professores estão em casa sem salários”, lamentou.

O “Encontro de Reflexão sobre o Direito à Educação e Formação em Contexto da covid-19” foi promovido em Luanda pelo Ministério da Educação angolano.

Angola, que desde 26 de maio vive em situação de calamidade pública, conta atualmente com 1.935 casos positivos da covid-19, sendo 1.215 ativos, 88 óbitos e 632 recuperados.

A pandemia de covid-19 já provocou pelo menos 774.832 mortos e infetou mais de 21,9 milhões de pessoas em 196 países e territórios, segundo um balanço feito pela agência francesa AFP.

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