Esta posição foi manifestada nesta terça-feira, em Luanda, durante a conferência de imprensa devido ao mal entendido entre as organizações socioprofissionais de enfermagem e a bastonária da Ordem dos Médicos de Angola.
Angola conta com 6.400 médicos para uma população de cerca de 28 milhões de habitantes, número considerado insuficiente, visto que, segundo a Organização Mundial da Saúde, o rácio deve ser um médico para mil habitantes.
No concurso público realizado em 2018, o Ministério da Saúde previa 7.667 vagas, das quais mil e 500 eram para admissão de médicos.
No país existem perto de duas mil e 500 unidades sanitárias, das quais 550 têm médicos permanentes e as restantes são asseguradas por técnicos não permanentes, sendo que mil estão sem médicos.
Segundo o membro da comissão executiva da organização, Domingos Cristóvão, com o enquadramento destes profissionais se poderia colmatar as necessidades que existem nas mais de mil unidades sanitárias ao nível do país que não possuem médicos, dando a população melhor assistência.
Disse caso sejam inseridos no sistema daria para repartir quatro médicos em cada unidade e ajudaria a melhorar a assistência aos pacientes, evitando que muitos cheguem a adquirir falência renal por má prescrição médica.
“Muitos destes médicos foram formados com o dinheiro do Estado e estão no desemprego sem poder contribuir para os cofres do Governo”, ressaltou.
Durante a conferência de imprensa foi dado a conhecer a existência de documentação passada por técnicos falsos e que passa de uma centena, cujos actos foram já encaminhados para o Serviço de Investigação Criminal para o devido tratamento.
Os membros da comissão executiva reiteraram também que a bastonária não irá pedir desculpas públicas aos enfermeiros pelo facto de os seus pronunciamentos não terem sido públicos, ma sim à porta fechada com médicos da província do Cunene.
Os novos membros da ORMED tomaram posse em Março do corrente ano com o lema “Ordem da Ordem”.