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Sexta, 13 Fevereiro 2015 16:26

Dois feridos e intervenção policial no congresso da FNLA

Pelo menos duas pessoas ficaram feridas hoje, em Luanda, em confrontos entre militantes das duas alas da Frente Nacional de Libertação de Angola (FNLA), no previsto arranque do congresso ordinário do partido, o que levou à intervenção policial.

A sessão de abertura do congresso, que servirá para escolher a nova direcção, estava prevista para as 11:00, na sede do partido em Viana, arredores de Luanda, mas três horas depois ainda não se tinha iniciado devido à agitação que se vive no local.

No confronto físico e verbal entre elementos das duas facções do partido, pelo menos dois militantes ficaram feridos, apedrejados, e a polícia foi entretanto chamada a acalmar os ânimos, indicou fonte da FNLA.

Militantes e populares tiveram que se refugiar face à violência que se vive na zona, com pedras arremessadas.

O partido é liderado por Lucas Ngonda, um dos quatro candidatos à liderança no próximo mandato, que será votada no sábado, o segundo dia do congresso. A outra facção é liderada por Ngola Kabangu, destituído da liderança e que se assume igualmente como presidente da FNLA, um dos movimentos históricos da luta de libertação nacional.

“O congresso vai sair conforme previsto. Já pedimos a presença da polícia para a retirada dos que estão a fazer confusão”, disse aos jornalistas, no local, o porta-voz do FNLA, Laís Eduardo, aludindo à presença dos apoiantes de Ngola Kabangu.

Estes apoiantes mantêm-se no interior do recinto onde devia decorrer o congresso, gritando palavras de ordem em que pedem “diálogo”, sublinhando que sem o mesmo “não haverá” congresso”.

No local encontram-se representantes da UNITA, PRS e Bloco Democrático, outros partidos da oposição angolana convidados para este congresso.

Concorrem à presidência da FNLA ainda Pedro Gomes, Tozé Fula e David Martins, os três militantes oriundos da província do Bengo.

O encontro magno decorre sob o lema “Honremos a memória de Holden Roberto para uma FNLA indivisível”.

O congresso foi antecedido por várias críticas internas, nomeadamente da facção liderada por Ngola Kabangu, à legalidade desta eleição, envolvendo actos de violência.

Alegam ainda falta de diálogo e concertação interna pela liderança de Lucas Ngonda, colocando mesmo em causa se o partido terá condições para concorrer às eleições gerais de 2017.

Este congresso chegou a ser agendado para 25 a 28 de Janeiro, tendo sido adiado, segundo o partido, por razões logísticas.

Juntamente com o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), partido no Governo desde 1975, e com a União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, a FNLA foi um dos movimentos nacionalistas envolvidos na guerra pela libertação angolana do domínio colonial português.

Conhecido como o partido “dos irmãos”, a FNLA foi fundada há mais de meio século pelo histórico líder angolano Holden Roberto.

Contrariamente ao peso do MPLA e da UNITA no plano político angolano, a FNLA conta actualmente com apenas dois deputados eleitos ao parlamento e tem vindo a enfrentar vários problemas na sua organização interna.

LUSA

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