Sexta, 28 de Novembro de 2025
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Sexta, 28 Novembro 2025 17:39

Mais de 20 projetos políticos à espera de ser partido a dois anos de eleições gerais em Angola

A menos de dois anos das eleições gerais previstas para 2027, Angola, que conta atualmente com 14 partidos legalizados, tem 22 projetos politicos em fase de apreciação no Tribunal Constitucional (TC), que poderão, se aprovados, concorrer.

Em declarações à Lusa à margem do XIV Congresso Ordinário da UNITA, Mauro Alexandre, diretor do Gabinete dos Partidos Políticos do Tribunal Constitucional, sublinhou que "os momentos relativos aos congressos são momentos importantes para a vida dos partidos políticos", destacando a presença da instância judicial.

"O Tribunal Constitucional, a nivel dos órgãos de Estado, é o órgão que tem competências em matérias de partidos politicos. Acompanha a vida dos partidos, conduz todo o processo de legalização e registo e aprecia os atos e deliberações dos partidos politicos em sede de congresso", afirmou.

A presidente do Tribunal Constitucional, Laurinda Cardoso, marcou hoje presença na abertura do congresso, Juntando-se a outros convidados da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), entre deputados e dirigentes de vários partidos, membros do corpo diplomático e elementos da sociedade civil.

Segundo Mauro Alexandre, encontram-se atualmente legalizados 14 partidos politicos, enquanto "mais de 22 comissões instaladoras" estão a aguardar parecer para a sua legalização.

"Isso mostra o interesse dos cidadãos na construção de partidos políticos e na participação na vida política do país", referiu, adiantando que os processos estão em fases distintas, alguns ainda em fase de recolha de assinaturas e outros já com documentação entregue e sob análise técnica do Tribunal.

O responsável confirmou que há maior pressão nos periodos pré-eleitorais:

"O histórico vem demonstrando isso. Quanto mais nos aproximamos dos periodos eleitorais, a tendência e o interesse dos cidadãos na criação de partidos políticos tende a crescer e, portanto, não está a ser diferente. Desde o início deste ano vemos um maior interesse dos cidadãos e a perspetiva é que em 2026 esse número venha a aumentar".

Além da possibilidade de legalização dos novos partidos, a lei angolana prevê também a extinção de formações politicas caso não atinjam 0,5% dos votos válidos nas eleições gerais ou não participem em dois pleitos consecutivos.

"Temos registo de partidos extintos por não atingir a cifra de votos. Decorrentes das eleições de 2022, por exemplo, a APN e o P-Njango foram extintos. Também há partidos extintos por não participarem por mais de duas vezes consecutivas em processos eleitorais", explicou.

Os partidos extintos podem voltar a apresentar novo pedido de legalização, mas sujeitos a duas regras:

não podem usar o mesmo nome, sigla ou símbolo, por força do princípio da não confundibilidade, e terão de reiniciar todo o processo legal, como qualquer nova comissão instaladora.

Já as comissões instaladoras canceladas têm um período de impedimento de quatro anos.

O XIV Congresso Ordinário da UNITA, que decorre até domingo no Complexo Sovsmo, em Viana, conta com 1.251 delegados que terão, entre outras missões, a responsabilidade de escolher o próximo presidente do maior partido da oposição, entre Adalberto Costa Júnior (recandidato) e Rafael Massanga Savimbi.

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