Terça, 12 de Agosto de 2025
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Segunda, 11 Agosto 2025 21:42

Os “terroristas” e a “ligação aos russos” na versão do Governo

“O primeiro alvo [do Governo] foram os taxistas, o segundo a sociedade civil e a seguir, vão fazer conexões com os partidos políticos”, previa Filomeno Vieira Lopes .

Na quinta-feira à noite chegava a notícia da detenção de um líder da JURA, o braço jovem da UNITA. Porta de casa arrombada, o jovem foi levado pelo SIC, segundo o partido, sem mandado de detenção. Quando, mais tarde, a autoridade confirmou a detenção de Oliveira Francisco, conhecido por Buka Tanda, alegou ter o respetivo mandado. Mais: informou que o Secretário Nacional da Mobilização da JURA era suspeito de terrorismo e associação criminosa, bem como o seu primo, um jornalista da TPA, igualmente detido e um terceiro homem de 58 anos.

No dia seguinte Buka Tanda (e os outros dois detidos) eram ligados à Rússia. Ao início da noite de sexta-feira, o SIC informava que, “na sequência investigativa relativamente a detenção de três cidadãos nacionais” tinha ainda detido em Luanda, “dois cidadãos estrangeiros de nacionalidade supostamente russa, identificados por Ígor Racthin, de,38 anos e Lev Lakshtanov, de 64 anos, por fortes indícios da prática dos crimes de associação criminosa, falsificação de documentos, terrorismo e financiamento ao terrorismo”. No comunicado publicado na página oficial do organismo, lê-se que procediam ao “recrutamento e financiamento de cidadãos nacionais para produção de matérias de propaganda e difusão de informações falsas nas redes sociais, promoção de manifestações e pilhagem”.

O SIC “detetou que estes indivíduos estão ligados a organizações criminosas internacionais, que atuam em África”, refere na nota à imprensa. “Dedicam-se à produção de estratégias de campanhas de desinformação e propaganda nas redes sociais nos países em fase de pré-campanhas ou mesmo em campanhas eleitorais, legislativas ou presidenciais, para mudança de regimes legalmente estabelecidos, através da alteração da ordem”, esclarece o comunicado.

A autoridade diz que “está no encalço de outros suspeitos já identificados, que receberam os montantes em dólares norte-americanos e kwanzas que seriam utilizados para financiamento de manifestações nas províncias de Luanda e Benguela”.

Luzia Moniz lembrou-se de imediato das palavras de João Lourenço, muito criticadas por terem sido tardias e atirarem a responsabilidade dos tumultos para organizações antipatrióticas nacionais ou estrangeiras. “Logo que ouvi a mensagem depois do massacre, disse que era uma declaração de guerra. As detenções/prisões de jornalistas, políticos, ativistas, etc. mostram um país em estado de guerra”, afirmou a socióloga angolana.

"Se o MPLA continuar a auto-destruir-se, em vez de se atualizar e se modernizar (como querem os seus verdadeiros militantes), o resultado será apenas o seu afastamento do poder – ou pelas urnas, ou pela força"  Paulo de Carvalho, deputado do MPLA 

“Quem quer que seja que tenha orquestrado e conduzido esta ação criminosa saiu derrotado e ajudou-nos a todos, ao Executivo e à sociedade, a tomar medidas preventivas e melhores formas de reagir em caso de reincidência, com vista a minimizar os danos sobre as pessoas e o património”, disse o Presidente numa mensagem à Nação, divulgada pela Televisão Pública de Angola no dia 1 de agosto.

Mas se há um facto em que concordam os vários interlocutores escutados pelo Observador para este artigo, à excepção dos do Governo e do MPLA, é que o protesto não foi organizado mas sim espontâneo. E também por isso se reveste de um valor diferente.

Estes não foram uns distúrbios quaisquer, “têm outro significado”, considera Sedrick de Carvalho. “As pessoas estão saturadas, passam a assaltar e a pilhar. Aqueles dias coincidiram com a greve dos taxistas, pode acontecer mais vezes. No passado [2022], também numa paralisação dos taxistas foi vandalizada a sede do MPLA e um autocarro incendiado. Agora o efeito foi maior”, sublinha o também escritor.

A “gravidade também. A polícia disparou à queima-roupa, bens privados foram saqueados e vandalizados, o número de pessoas a pilhar, pessoas vestidas para irem trabalhar, com empregos normais, a roubarem. E maioritariamente não levavam bens de luxo, telemóveis ou televisões, esse número é muito reduzido, mas sim comida para comer. Não eram vândalos, eram pessoas com fome. Que estão a caminhar, veem o saque e vão e também roubam. Isto mostra que há fome em Luanda“, frisa o ativista.

Afinal, como é que uma paralisação com o mote “Fiquem em casa” resvalou para um caos violento e mortal?

A desinformação na origem e os lotadores piquete-de-greve

Os taxistas nunca marcaram uma manifestação, sublinha Sedrick de Carvalho, mas sim uma paralisação. O problema foi que “os media estatais divulgaram desinformação; na véspera, começaram a dizer que não ia haver greve e as pessoas confiaram e saíram para a rua para ir trabalhar” para apanhar o transporte”, sublinha o ativista. Ficaram horas de pé, nas filas, à espera dos candongueiros que nunca chegaram.

Na véspera, era difícil perceber o que ia acontecer. Francisco Paciente, o presidente da Associação Nacional de Taxistas de Angola, dizia que não haveria paralisação, mas numa “história mirabolante”, como lhe chama Filomeno Vieira Lopes, o vice-presidente confirmava que sim, bem como outras organizações, como a Associação Nacional de Taxistas de Luanda. “Perante várias informações a negar a convocação, eles reuniram e no final, Rodrigo Catimba é raptado e aparece num vídeo com um ar muito assustado a dizer que a paralisação estava desconvocada. Quando se sentiu livre, voltou a dizer que estava convocada”, recorda o coordenador do BD.

Sedrick de Carvalho crê mesmo que o problema esteve no que foi transmitido pela TPA e pela Rádio Nacional de Angola. “Foi o Governo que provocou isto, com a mentira e a desinformação de que não se iria realizar, fez manipulação grosseira da informação com ajuda da imprensa estatal e acreditou que a mensagem iria passar aos taxistas”. Passou a uns e não a outros. Às 4h, 5h e 6h as pessoas saíram, como habitualmente, para irem trabalhar. Mas não havia táxis. Havia sim “piquetes de greve”, diz Carlos Rosado de Carvalho. Não dos taxistas, mas dos chamados lotadores, as pessoas que chamam os clientes para os táxis (neste negócio há vários intervenientes, os proprietários das carrinhas, os motoristas, os cobradores dos bilhetes e os angariadores de passageiros).

Os taxistas (motoristas) não saíram à rua, mas os lotadores sim, ou melhor, não saíram da rua. “Muitos são marginais, vivem nas ruas, e quando os transportes públicos começam a circular eles lançam pedras, partem vidros”, descreve Sedrick. “Foram um piquete de greve, impediram os outros de trabalhar, incluindo os gira-bairros (carros de particulares, inclusive de deputados, em que o motorista, quando o dono do carro não precisa dele, faz de táxi em pequenos percursos)”, resume Carlos Rosado de Carvalho. O economista vive perto de um dos locais onde foi filmado um vídeo muito partilhado: uma pequena multidão faz recuar um carro amarelo que tenta passar em vão, faz marcha atrás, e depois acelera contra o grupo atropelando várias pessoas.

Naturalmente, responde o porta-voz do MI, “não é possível a polícia ser apanhada de surpresa”.

"É um plano bem gizado do ponto de vista político" e uma "maquinação muito perigosa" Filomeno Vieira Lopes, coordenador do Bloco Democrático

Filomeno Vieira Lopes estranha a forma como o caos se instalou. “Foram elementos estranhos à paralisação que colocaram pneus e troncos de árvores a arder no meio das estradas. Mas às 6h da manhã a polícia já estava nas placas (principais paragens de candongueiros) e esses locais têm câmaras, por isso já sabia de tudo o que se estava a passar”. Daí que o líder do Bloco exija uma investigação apurada, que analise as imagens da videovigilância.

Foram precisamente as imagens dessas câmaras que forneceram elementos para as detenções que se seguiram, explica Mateus Rodrigues.

Adalberto Costa Júnior não estava à espera do que viu nos vídeos e ouviu dos relatos: “A dimensão do que aconteceu surpreendeu-nos, os assaltos aos carros que queriam trabalhar, o carro a ir contra as pessoas, o excesso de violência, isso não é normal em Angola”. Essa é uma das razões que leva o líder da UNITA a defender, tal como o BD, “que as autoridades aprofundem a investigação para perceber se o povo não foi só atrás de quem começou de facto a pilhar e saquear, para perceber de quem partiu os atos de vandalismo”.

Também Emerson Paim, um empresário diretamente afetado pela subida do preço dos combustíveis, que não contesta, pede respostas. “O que é que aconteceu? Houve falta de atenção da polícia? Porque é que as manifestações de apoio ao Governo, as saídas do Presidente do Palácio ou a realização de eventos como o USA Africa Summit, têm um aparato policial e até militar que não se viu num dia em que era previsível que houvesse problemas?”, pergunta o dono da plataforma Kubinga (uma espécie de Uber angolano). “Precisamos de explicações, de entender”, solicita.

"Acabemos de vez com as festanças de aniversário, de alegria exacerbada e difundidas até ao ridículo pelas redes sociais, quando a 200 metros das nossas casas há pessoas a viver na indigência, mas a assistirem a esse teatro absolutamente indigesto"
Paulo de Carvalho, deputado do MPLA e membro do Comité Central

Houve “primeiro passividade da polícia, deixar fazer as coisas e depois agir com o máximo de agressividade e balas reais. As mortes foram fora do contexto das pilhagens”, destaca Filomeno Vieira Lopes. O líder do BD vê “uma intenção de criar o caos para suspender a ordem democrática, reprimir e atemorizar, impedindo as manifestações contra a subida do preço dos combustíveis, do custo de vida, das propinas”.

O líder do Bloco descortina ainda mais implicações políticas: “Com esta perturbação toda desviam-se as atenções da discussão da lei eleitoral, as leis passam, a composição desigual da Comissão Nacional de Eleições fica fechada e assim fica já montada a fraude eleitoral, sem que se tenha criado um movimento de opinião pública que permita mudar a lei”. É “um plano bem gizado do ponto de vista político” e uma “maquinação muito perigosa”.

A ação dos lotadores teve um efeito de contágio, explica Sedrick de Carvalho. “As pessoas, cansadas de esperar, saturadas com o aumento do custo de vida, acabam por entrar num protesto espontâneo, não organizado”. E quando surgem as pilhagens e os saques, “acabam por roubar também”. É por isso “que a polícia é apanhada de surpresa. Não havia qualquer manifestação convocada para aquele dia”.

Seja como for, e porque o país não se esgota no Palácio da Cidade Alta, a UNITA e o BD querem levar o assunto à Assembleia Nacional. Filomeno Vieira Lopes pretende num ponto prévio da agenda fazer aprovar uma resolução a condenar a violência policial. E Adalberto da Costa Júnior pediu um debate de urgência sobre as causas que levaram aos tumultos do final de julho. Uma solicitação que o MPLA, contactado pelo Observador, diz ainda não ter recebido. “Não conhecemos qualquer pedido neste sentido, pelo que seria prematuro dizer se aceitaremos ou não” respondeu o porta-voz do partido, Hilário Esteves.

O camião que vai buscar comida ao Huambo não é igual ao Ferrari que se passeia em Luanda

A apreensão generalizada que se vive em Luanda, com o medo de que a violência de fim de julho se repita, tem um motivo para ser repetido à exaustão no espaço público, inclusive por vozes do MPLA: as razões que não se alteraram. A paralisação dos taxistas era uma forma de contestar a subida do preço do gasóleo, que leva ao aumento da tarifa da viagem, duplicando-a, fazendo com que em muitos casos o trabalhador gaste todo o seu salário mensal em transportes, como explicou ao Observador o jornalista Rafael Marques.

Ninguém “minimamente informado em Angola é contra a subida do preço do gasóleo por via da retirada dos subsídios estatais aos combustíveis, que vem acontecendo desde 2023”, admite Emerson Paim. O problema “é a forma como se faz”, adiciona o empresário, opinião partilhada por Carlos Rosado de Carvalho e Adalberto Costa Júnior.

Não faz sentido esta mensagem de João Lourenço com a teoria da conspiração sobre os protestos, o que aconteceu foi espontâneo. A ocasião fez o ladrão e o ladrão apareceu numa população que sobrevive no limite do desespero social" Reginaldo Silva, jornalista e membro da ERCA

“Quando um país gasta mais em subsidiar os combustíveis do que em saúde e educação juntas, alguma coisa está mal”, nota o economista para defender a inevitabilidade e necessidade de acabar com essa medida. Mas “esse aumento, que não é único — a água e a luz subiram 30 e 40%, os táxis de transporte coletivo 50%, as propinas também ficaram mais caras num país onde cinco milhões de crianças, mesmo as mais pobres, estão em colégios privados — e que se reflete noutros bens essenciais como os alimentares, tem de ser usado na melhoria do sistema de transportes públicos, nas condições dos passageiros, na educação, na saúde, etc”, insiste Carlos Rosado de Carvalho.

“O Governo comunica mal” diz o líder da UNITA, “não gosta de ouvir, não partilha as questões e não discute com outros, o que não lhe permite recolher contributos para resolver problemas. Se o fizesse, talvez não estivesse a conduzir este processo dos combustíveis de forma tão desastrosa”.

“Descobrimos no próprio dia que o gasóleo subiu 33%, o que tem muitos custos desnecessários. Imagine o camião fora de Luanda, ou a cruzar a fronteira, em que os motoristas vão para zonas onde o combustível falha e levam dinheiro contado” queixa-se Emerson Paíim. “É impossível fazer bons planos de negócio assim, a que se junta a dificuldade de gerir a variação cambial para os bens que se compram em divisas, por exemplo”.

"Há uma completíssima degradação do nível de vida das populações"  Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA

Se “o Governo não sabe fazer, chame a academia, as organizações de transporte, os especialistas”, apela Emerson. “Não faz qualquer sentido taxar de igual forma o camião que vai buscar alimentos ao Huambo e o Ferrari que se passeia por Luanda. No primeiro caso reflete-se no preço da cesta básica, que o Governo diz querer proteger: como é que o distribuidor vai vender o que o retalhista lhe trouxe já mais caro?”.

Esta situação “é insustentável” frisa o empresário, uma frase que Adalberto Costa Júnior utiliza frequentemente: “Há uma completíssima degradação do nível de vida das populações” diz o líder da UNITA que recentemente, apresentou numa conferência algumas propostas, como a necessidade de se quebrar o monopólio das decisões dos combustíveis em Angola”.

O milho que cai dos camiões, comer nos caixotes do lixo e as 19 mil árvores de aula

O preço do gasóleo, é no entanto, apenas uma das faces do descontentamento geral, um pretexto. Carlos Rosado de Carvalho fez contas e chegou à conclusão que entre 2017 e 2025 as pessoas que vivem com o salário mínimo perderam 1/3 do poder de compra, “só conseguem comprar 66% do que compravam em 2017, quando João Lourenço assumiu a presidência. “Há dados que mostram que as famílias angolanas estão hoje substancialmente mais empobrecidas do que há uma década”, realçou o padre Celestino Epalanga, da Comissão Justiça e Paz da Confederação Espiscopal de Angola e S. Tomé, na conferência de imprensa em que condenou as “execuções sumárias”.

“O protesto é mais amplo, antes já tinha havido manifestações por causa das propinas, e não se pode prender tudo e todos porque vandalizaram. Se há uma coisa que se percebe é que, contrariamente ao que o Presidente disse, isto não é organizado por ninguém, é espontâneo e corajoso, enfrentaram a polícia sem armas, apenas com umas pedras e uns paus”, salienta Carlos Rosado de Carvalho.

Porém a leitura mais cortante vem novamente do deputado do MPLA: “Se a atual situação de penúria já é comparável ao que sucedia no período colonial, quanto mais mortes houver, mais próximos estaremos da comparação com as atrocidades cometidas pelo regime colonial em Angola”, escreveu Paulo de Carvalho.

Nelson Cultura, do bairro da Mubiala, é mais simples ao enunciar as razões: “Fome, há fome.” O Governo “diz que não tem dinheiro e compra carros de luxo, passa a vida a viajar para o estrangeiro e enquanto isso o povo está a morrer de fome, a comer no caixote do lixo, a recolher grãos de milho na via Expresso, que liga Benfica ao Cacuaco, o milho que os camiões deixam cair de madrugada”.

No ano em que se assinala meio século da independência de Angola, Francisco Teixeira diz que “paz é criar condições de vida para todos, mas não é isso que acontece. 50 anos e uma minoria tem tudo e uma maioria vive na indigência extrema. 50 anos e mais de 9 milhões de crianças sem escola, 19 mil árvores de aula [crianças aprendem debaixo de uma árvore] e muitas outras em que não há carteiras, sentam-se no chão”. Isto “sem falar no ensino superior onde só 20% é público, e a Universidade Agostinho Neto, por exemplo, não recebe mais alunos porque o Governo não tem dinheiro para contratar professores mas gasta 6 milhões de dólares para trazer cá o Messi. Não há cadeiras, não há quadros, não há giz nas escolas, mas há muitos milhões para um jogo amigável entre a seleção argentina e a angolana”, censura.

O salário da filha do Presidente que aumentou a revolta

O que aconteceu no fim de julho “reflete a revolta dos angolanos que não têm o que comer e todos os dias veem os filhos de uma elite a esbanjar dinheiro em futilidades. Aqueles três dias mostraram o acumular de raiva, de sofrimento, de falta de oportunidades, foi a reação a anos de má governação. Infelizmente o Palácio está preocupado com as consequências e não com as causas”, atira Francisco Teixeira.

Esta “revolta não se mata, não se prende, não se cala”, avisa o dirigente do MEA. “Escuta-se, compreende-se, tenta-se resolver. Mas com tantos protestos que os estudantes já fizeram e o Governo nunca quis falar connosco”.

Um dado surgido esta semana veio acicatar ainda mais este sentimento de injustiça. O valor do salário da filha de João Lourenço, presidente da Bodiva, a bolsa de valores de Angola. O jornal Valor Económico olhou para os dados da instituição do segundo trimestre deste ano e chegou à conclusão que Cristina Lourenço recebe 181,7 milhões de kwanzas mensais (mais de 170 mil euros).

O inquilino do Palácio da Cidade Alta aumentou o salário de todo o conselho de administração em 121%, diz o jornal, revelando ainda que os custos com o pessoal chegam aos 1,464 mil milhões de kwanzas, mais do que as receitas de 965,286 milhões de três meses.

Luzia Moniz fez contas: o salário mensal de Cristina Lourenço (sem contar com as regalias todas) passa a ser quase igual ao salário anual do secretário-geral da ONU, António Guterres. “Isto aumentou ainda mais a revolta, as coisas podem, de facto, sair dos carris”, diz a socióloga.

A Bovida reagiu, apresentou outros números, e explicou que o acréscimo dos custos com pessoal de 17,1% tinha a ver com um ajuste nas remunerações dos órgãos sociais aprovado pelos acionistas e prémios de desempenho. Observador 

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