As declarações de Adalberto Costa Júnior foram feitas após a sessão extraordinária do Conselho da República, na qual participou como líder da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA).
A reunião, segundo o comunicado final, teve como ponto único a situação de segurança pública em Angola, com destaque para os eventos ocorridos entre 28 de julho e 01 de agosto nas províncias de Luanda, Malanje, Huíla, Benguela, Cuango, Bengo e Icolo e Bengo, marcados por atos de vandalismo, arruaça, insurgência contra as forças da ordem e segurança, bem como pilhagens de estabelecimentos públicos e privados.
Segundo o líder da UNITA, durante a sessão foram apresentados alguns relatórios pelo ministro do Interior, pelo ministro de Estado para a Coordenação Económica e pelo ministro de Estado e chefe da Casa Militar do Presidente da República.
Sobre o que ocorreu na última semana de julho, o político disse que o Governo tem assumido uma posição diferente da leitura que é feita pela sociedade, com uma tendência “de não ter uma atenção particular às questões sociais, económicas”.
“A posição das instituições é sempre aquela que aponta para terceiros e nunca para o mínimo de partilha da responsabilidade, não é uma boa opção. Temos problemas sérios, temos desafios grandes. Se alguém aqui pensar que os causadores são sempre os outros e nós não temos responsabilidade própria, não está a ajudar Angola a caminhar para o bom sentido”, frisou.
Adalberto Costa Júnior salientou que na reunião ouviu também “uma tendência muito grande de incentivar desconfianças internas, desencontros que se arrastam do tempo de conflito de ontem”.
“É preciso acautelar bastante posições que podem não trazer grandes benefícios, se não se olhar com alguma sensibilidade para aspetos concretos ligados às dificuldades e desafios que Angola tem, e se se pretender aqui também encontrar bodes expiatórios para todos os erros e insuficiências da governação”, acrescentou.
“Com isto não quero de forma alguma justificar quaisquer atos de violência, de tumultos, que tenham ocorrido. Pelo contrário, são sempre condenáveis, mas não existiram apenas razões simples”, enfatizou, manifestando “alguma preocupação” com o cenário que é trazido “do envolvimento de incentivadores à violência, no plano interno, e de incentivadores à violência e estes tumultos, no plano externo”.
Para o líder da UNITA, “é importante que quem de direito faça o seu trabalho com isenção, mas que o faça com responsabilidade”.
O balanço da Polícia Nacional, dos três dias de greve, promovida por associações e coope