Adalberto Costa Júnior pede responsabilidade aos manifestantes, mas também às forças policiais e ao Governo que, diz, "perde a sua autoridade moral quando ignora os apelos do seu povo e responde com arrogância e repressão".
O direito à manifestação, lembra ACJ, "é um princípio constitucional que deve ser respeitado e protegido", mas "envolve responsabilidade mútua".
"Por um lado, os cidadãos que se manifestam devem fazê-lo dentro dos limites da lei, por outro, quem tem o dever de garantir a ordem não pode agir em defesa de interesses partidários, mas sim agir como garante imparcial da ordem pública e dos direitos de todos", afirma o presidente da UNITA.
"A polícia não pode, em nenhuma circunstância, usar balas reais contra manifestantes, sobretudo quando existem diversos meios não-letais de controlo de multidões. A repressão violenta não é a resposta num Estado que se pretende democrático", reforça.
ACJ considera "fundamental que os organizadores das manifestações estejam atentos e bem organizados, para impedir que grupos instrumentalizados comprometam a legitimidade das suas acções". E dá como exemplo a invasão de supermercados, que segundo ele "não reflectem a essência da manifestação pacífica e consciente que se tem verificado em Angola, sendo antes indícios de possíveis tentativas de sabotagem por esses grupos instrumentalizados".
"Vivemos uma grave crise social e económica. Mas o problema mais profundo é a ausência de diálogo, de concertação e de escuta. Um governo que ignora os apelos do seu povo e responde com arrogância e repressão perde a sua autoridade moral", declara o líder do maior partido da oposição, apelando à responsabilidade de todos os envolvidos".
"Mas o governo, principalmente, deve assumir as suas responsabilidades. A paz e a democracia não se constroem com silêncio forçado, muito menos com repressão; mas sim com justiça, diálogo e respeito mútuo", realça. NJ