Segunda, 23 de Junho de 2025
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Segunda, 23 Junho 2025 12:02

João Lourenço afirma que África é cada vez mais continente de decisões transformadoras

O Presidente da República, João Lourenço, afirmou esta segunda-feira, em Luanda, que a África é cada vez mais um continente de decisões transformadoras e projectos concretos, que pretende industrializar-se rumo ao desenvolvimento sustentável.

Ao discursar na abertura oficial da 17ª Cimeira de Negócios Estados Unidos da América (EUA)-África, o Chefe de Estado angolano lembrou que esta parte do mundo deixou de ser apenas considerada um continente de grande potencial de riqueza mineral, de recursos hídricos e florestais, de crescimento demográfico inigualável.

O também presidente em exercício da União Africana garantiu que os africanos estão a trabalhar para electrificar e, consequentemente, industrializar os países, acrescentando valor às matérias-primas e aumentando a oferta de postos de trabalho para evitar o êxodo dos jovens, que constituem o maior ativo.

Para João Lourenço, do Norte ao Sul e do Atlântico ao Índico multiplicam-se investimentos estruturantes que estão a moldar um novo panorama económico africano, desde o Corredor do Lobito, que vai ligar, por linha férrea, Angola à Tanzânia, prometendo transformar o comércio intra-africano e intra-continental às zonas económicas especiais em expansão no continente.

Lembrou que juntamente com as iniciativas em curso para desenvolver cadeias de valor regionais em sectores como os minerais críticos, a agricultura e a energia, paralelamente, está a acontecer a transformação digital do continente africano, nomeadamente a criação de start-ups e plataformas tecnológicas que surgem diariamente.

Afirmou que esta revolução está a ser impulsionada por uma juventude criativa e resiliente que encontra no digital uma via de inclusão, empreendedorismo e empregabilidade.

"Com mais de 70% da população africana abaixo dos 30 anos, não é exagerado dizer que o futuro da inovação global terá também a impressão africana, o que de alguma forma já vem acontecendo", assegurou.

O Presidente João Lourenço frisou que apesar de algumas bolsas localizadas de conflitos armados ou de tensão política, África afirma-se como um parceiro de estabilidade e visão de longo prazo.

África está pronta para cooperar com os EUA- Chefe de Estado

A África está pronta para cooperar com os EUA, os governos estão preparados para ser facilitadores e o sector privado está disponível para construir alianças que gerem lucros, mas também prosperidade partilhada, declarou, o Chefe de Estado angolano, João Lourenço.

No discurso de abertura da 17ª Cimeira EUA-África, o também Presidente em exercício da União Africana referiu que as novas dinâmicas fazem perceber que é tempo de se substituir a lógica da ajuda pela lógica da ambição e do investimento privado.

João Lourenço chamou a atenção das grandes potências mundiais de que “é tempo de olharmos para África como uma parceira credível, que tem muito para oferecer, mas que carece de capital financeiro e de know-how, interessada em juntar sinergias em benefício mútuo”.

Falando particularmente dos Estados Unidos da América, o Chefe de Estado angolano sublinhou que este paós “nunca esteve envolvido na colonização dos países africanos, deve ter uma visão diferente, descomplexada sobre o continente e, por isso, considerar que o desenvolvimento de África com a vossa contribuição, será benéfico para a América e para o mundo”.

Afirmou que se houver união de forças, juntos terão a chave para a solução das duas principais crises que afectam negativamente a economia mundial, a crise alimentar e a energética.

Neste contexto, disse que as conjunturas externas reforçam ainda mais a urgência do aprofundamento dos laços de confiança, cooperação económica e segurança estratégica, onde o papel dos Estados Unidos da América é incontornável, por terem um papel único à escala global.

João Lourenço notou que ao longo das últimas décadas a presença americana em África tem evoluído, marcada sobretudo por assistência, para uma presença cada vez mais orientada para o investimento privado, inovação e construção de parcerias robustas.

No entanto, alertou para que o investimento privado directo americano no continente não se limitasse apenas à extracção de recursos minerais convencionais e raros, ao sector energético do petróleo e gás, mas que se interessasse também por outro tipo de indústrias transformadoras, pela indústria do ferro e do aço, do alumínio, do cimento, da agropecuária, naval, do automóvel e do turismo.

“Empresas americanas que hoje operam em África, incluindo em Angola, encontram um ambiente de negócios cada vez mais aberto, que protege o investidor privado estrangeiro, com governos empenhados em facilitar, desburocratizar e criar as condições para que seja o sector privado a liderar a economia”, prosseguiu.

Organizada pela Corporate Council on Africa, em parceria com o Governo angolano, a cimeira está a decorrer sob o lema “Caminhos para a prosperidade” e já estão confirmados mais de dois mil e 815 participantes, entre líderes empresariais e homens de negócios e governantes dos Estados Unidos e de África.

Durante quatro dias, serão abordados temas ligados ao desenvolvimento do comércio, investimento e parcerias económicas em sectores como energia eléctrica, infra-estruturas, agro-negócio, tecnologias digitais, saúde, indústrias criativas, entre outros que afligem os países africanos.

O programa do evento inclui sessões plenárias de alto nível, diálogos sectoriais, mesas-redondas privadas, sessões de networking e uma exposição de soluções tecnológicas.

A realização da Cimeira ocorre no ano em que o país comemora 50 anos da independência nacional, a assinalar-se a 11 de Novembro próximo.

Desde 1997, o CCA já organizou dezasseis edições da Cimeira de Negócios EUA-África, alternando entre os Estados Unidos, nas cidades de Washington, Baltimore, Chicago e, mais recentemente, Dallas, e países no continente africano, como África do Sul, Etiópia, Moçambique, Marrocos e Botswana.

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