O presidente angolano João Lourenço completou esta sexta-feira (15.09) um ano de governação do segundo mandato.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), maior partido da oposição, classificou como "negativo" o desempenho do Presidente, considerando que o primeiro ano do segundo mandato ficou marcado por uma governação "com autoritarismo".
No entanto, até agora, os deputados da UNITA não formalizaram no Parlamento o pedido de destituição do chefe de Estado.
Em entrevista à DW, Liberty Chiyaka, Presidente do grupo parlamentar da UNITA, frisa que Angola vive "uma crise de governação" e que, "no intervalo de 30 dias", os deputados subscritores do pedido de destituição de João Lourenço vão dar entrada do processo na Assembleia Nacional.
DW África: O processo de destituição de João Lourenço está "encalhado" ou ainda tem pernas para andar?
Liberty Chiyaka (LC): Se dependesse só dos deputados do grupo parlamentar da UNITA, um dia depois da iniciativa ter sido subscrita, teríamos logo dado entrada do processo. Mas, depois de 86 deputados terem assinado, quatro deputados da UNITA estavam fora do país, e solicitaram-nos então que não dessemos entrada ao processo sem essas quatro assinaturas.
DW África: E, sendo assim, quando é que vão entregar o processo de destituição? Quando é que vão avançar com o processo?
LC: Os quatro deputados em causa já estão no país e já assinaram. Muitos membros da sociedade civil predispuseram-se a remeter ao grupo parlamentar outros factos que provam as graves violações que o Presidente da República foi cometendo ao longo do mandato e particularmente nesses últimos 12 meses. Estabelecemos um prazo para o fim dessas contribuições e o que posso garantir hoje é que a data da entrada do processo não passará de 30 dias. Portanto, no intervalo de 30 dias, os deputados subscritores vão dar entrada do processo na Assembleia Nacional.