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Sexta, 07 Novembro 2014 21:00

Rafael Marques aconselha Presidente angolano a olhar para o Burkina Faso

O jornalista angolano Rafael Marques diz que José Eduardo dos Santos deveria começar a preparar a sua retirada, “de forma airosa”, para que não lhe aconteça o mesmo que ao presidente do Burkina Faso.

Há 27 anos à frente dos destinos do Burkina Faso, Blaise Compaoré era um dos presidentes africanos com mais tempo na cadeira no poder. Porém, o pódio é ocupado por Teodoro Obiang Nguema, Presidente da Guiné Equatorial há 35 anos, seguido por José Eduardo dos Santos, Presidente de Angola há também 35 anos.

O activista Rafael Marques disse à RFI que o chefe de Estado angolano deveria começar a preparar a sua retirada, “de forma airosa”, para que não lhe aconteça o mesmo que ao presidente do Burkina Faso. Blaise Compaoré foi obrigado a abandonar o poder a 31 de Outubro após uma série de motins e megaprotestos nas ruas.

“É um risco que os ditadores correm quando estão demasiado tempo no poder e não criam mecanismos para que se reformem de forma pacífica e possam continuar no país. No caso de Angola, temos claramente um presidente que trabalha para a sua família e os seus sócios, mas sobretudo em detrimento dos interesses da nação e da maioria dos angolanos. É nesse sentido que é importante aconselhar o presidente da República a encontrar um mecanismo de transição que lhe permita deixar o poder, a seu tempo, de forma airosa”, declarou Rafael Marques ao microfone de Neidy Ribeiro.

Por outro lado, o jornalista de 43 anos, autor do livro “Diamantes de Sangue: Tortura e Corrupção em Angola” denuncia “a manutenção do regime que é benéfico para os negócios internacionais”.

“No caso de Angola, por causa do petróleo, todo o apoio internacional é para a manutenção do regime que é benéfico para os negócios internacionais - muitos deles envolvidos em esquemas de corrupção que dariam muitos processos nos países de origem às multinacionais que operam em Angola”, declarou.

RFI

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