No seu discurso de vitória à presidência da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), Costa Júnior disse que retoma a "todo o vapor” a agenda de trabalho que foi "travado” em outubro pelo Acórdão 700/2021 do Tribunal Constitucional.
O líder do Galo negro, tem a restauração do diálogo institucional como uma das metas neste retorno à liderança da UNITA.
"Vamos limpar o passado negativo de falta de diálogo”, começou por dizer Adalberto, para quem "faremos de tudo para a melhoria da nossa tradição africana, nos sentarmos num Ondjango com o Sr. Presidente da República, [João Lourenço], e falarmos com maturidade dos nossos desafios”, sublinhou.
O líder da UNITA acredita que é só desta forma que "passaremos ao país uma mensagem positiva e de incentivo à sã convivência, na diferença”. O político que é alvo de censura na imprensa pública em Angola, afirma que a repetição do décimo terceiro Congresso Ordinário não serviu apenas para a repor a sua legitimidade no Galo negro, mas também garantir a alternância do poder político que prevê concretiza-lo nas eleições gerais de 2022.
Costa Júnior assumiu pela primeira vez a liderança do maior partido da oposição no congresso de 2019 anulado este ano por decisão Tribunal Constitucional, que deu provimento à insatisfação de um grupo de ex-militantes que apontaram incumprimento dos estatutos na organização do processo eleitoral.
Apelos à União interna
Costa Júnior que foi o candidato único à presidência da UNITA, no congresso do partido que terminou este fim-de-semana, com o propósito, segundo explicou de "liderar a UNITA à governação do país e ao resgate da liberdade, da dignidade, da justiça e inclusão social, da unidade nacional”.
O congresso do maior partido da oposição angolana, foi realizado no meio de uma "turbulência” com suspensão altos dirigentes que conspiraram contra a realização do ato eleitoral.
O presidente cessante da UNITA, Isaías Samakuva, que desde o seu regresso à liderança apelou a união entre os "maninhos, disse que apesar das interferências externas, o partido conseguiu ultrapassar uma fase complicada da sua história.
Para Samakuva, a UNITA "saiu do décimo terceiro congresso com mais vitalidade”.
"A hora, senhor presidente Adalberto Costa Júnior, é de voltar a pôr o avião com todas as suas turbinas em alta rotação para decolar para um voo com a duração de pouco mais de oito meses que terminarão com um piso na Cidade alta”, sublinhou Isaías Samakuva que diz estar disponível em apoiar Adalberto Costa Júnior.
Frente Patriótica Unida
"O nosso futuro começa em agosto de 2022, mas tem de ser conquistado todos os dias”, anunciou Costa Júnior, que conta para isso com o apoio de "todos os patriotas e democratas angolanos”.
"Renovamos o nosso compromisso de liderarmos uma ampla frente patriótica para a alternância. O nosso propósito é governar com todos os angolanos, governar para todos os angolanos”, prometeu o também líder da Frente Patriotica Unida, uma plataforma que congrega dois partidos políticos e um projeto político angolanos, nomeadamente UNITA, Bloco Democrático e PRAJA Servir Angola.
Adalberto Costa Júnior defende que caso chegue ao poder em 2022, a sua ação será guiada pelos princípios democráticos e a boa governação.
"Angola tem que erradicar a pobreza, as desigualdades sociais e as assimetrias regionais”, disse.
DW Africa