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Quinta, 10 Outubro 2019 15:24

Discurso do líder do MPLA no Congresso da JMPLA

Íntegra do discurso do presidente do MPLA, João Lourenço, proferido nesta sexta-feira, em Luanda, na abertura do VIII Congresso Ordinário da JMPLA.

Camarada Luísa Damião, Vice- Presidente do MPLA;

-Camarada Paulo Pombolo, Secretário-Geral do MPLA e Coordenador do Grupo de Acompanhamento às Organizações Sociais do Partido;

-Camaradas Membros do Comité Central;

-Camarada 1º Secretário Nacional Interino da JMPLA;

-Camaradas Delegados ao VIII Congresso Ordinário da JMPLA;

Permitam-me manifestar aos Delegados ao VIII Congresso Ordinário da JMPLA uma viva e forte saudação e, por vosso intermédio, aos milhares de jovens militantes da organização, amigos e simpatizantes em todo o país.

Sentimos no ar o pulsar e a energia contagiante que caracteriza os jovens membros da organização juvenil do MPLA, ao longo dos anos viveiro de militantes, quadros e dirigentes de destaque do Partido, fiel intérprete dos anseios e aspirações da juventude angolana, cuja missão radica da necessidade de contribuir na educação dos jovens angolanos dentro dos princípios da ética, da moral, do amor ao estudo e ao trabalho, do patriotismo, como defende o nosso MPLA.

O MPLA deposita uma forte esperança e confiança na sua organização juvenil, a julgar pelo rico potencial que representa.

O VII Congresso Extraordinário do MPLA, realizado em 2018, apostou seriamente na promoção da mulher e dos jovens, tendo logrado que 61% dos membros eleitos ao Comité Central do MPLA, principal órgão de decisão do Partido, sejam jovens.

Os jovens mais atentos, que fazem leitura dos sinais dos tempos, sabem o que isso representa. Esta injecção é uma demonstração clara da aposta nos jovens, de quem se espera uma outra postura, uma outra forma de estar e de ser, necessárias para os desafios do desenvolvimento do país.

Esta posição do MPLA com relação ao género e aos jovens tem o seu reflexo na actual composição do Executivo e de outras instituições do Estado, onde ontem mesmo nomeámos e empossámos a primeira jovem mulher Ministra das Finanças de toda história de Angola.

A força de uma Nação reside na força da sua juventude, daquilo que ela for capaz de fazer, de realizar de nobre, de épico e de patriótico em prol da nação.

Para que isso seja possível, não obstante as liberdades e garantias dos cidadãos asseguradas na Constituição e na Lei, importa que os jovens se deixem guiar de forma consciente por pessoas, partidos políticos e organizações da sociedade civil que sejam idóneas, responsáveis, e que por estarem de boa fé nos seus propósitos, aceitem dar a cara porque actuam nos marcos da Lei, da Democracia, e, por isso, não têm nada a esconder nem a temer.

Caros Congressistas

A nova direcção que sair deste Congresso terá muitos desafios, que passam por contribuir na materialização do Programa do MPLA sufragado nas eleições gerais de 2017, no que diz respeito à resolução dos problemas da juventude angolana, por via da implementação das políticas públicas e na busca de outras sinergias que a JMPLA deve saber mobilizar usando o talento, a criatividade e o sentido de inovação.

A JMPLA deve ser a porta-voz das principais preocupações e aspirações dos jovens angolanos em geral junto do Executivo, assim como levar para eles as posições correctas sobre os fenómenos que acontecem na nossa sociedade.

Caros delegados;

Como sempre aconteceu ao longo da história, o país sempre contou com o papel da juventude, tendo sido sempre correspondido positivamente em todas as frentes como da defesa e segurança, da educação e ensino, do trabalho, do desporto e recreação entre outros, onde despontaram verdadeiras estrelas, verdadeiros campeões e verdadeiros heróis.

Porque os jovens têm não só direitos como deveres, contamos com as ideias, as iniciativas e contribuições da própria juventude na busca incessante das soluções para uma melhor educação e formação profissional, para a criação e maior oferta de emprego para os próprios jovens.

Estes assuntos candentes da actualidade não são tabu para a Direcção do MPLA, estamos abertos ao diálogo construtivo, não apenas internamente mas com a sociedade no geral.

Gostaria de pedir a vossa atenção para que se foquem nos desafios e no trabalho que têm pela frente, e que a JMPLA continue a ser uma organização cada vez mais atractiva, mais interventiva e mais presente nas principais conquistas da juventude angolana.

Auguro que os trabalhos deste VIII Congresso Ordinário da JMPLA decorram com disciplina, unidade e muita coesão, que seja na verdade uma grande festa política própria da nossa organização juvenil.

Aproveito para felicitar a direcção que cessa as suas funções, e à direcção que será eleita, desejo antecipadamente os melhores votos de sucesso.

Permitam-me ainda desafiar a JMPLA no sentido de mobilizar os jovens angolanos a se juntarem à campanha de solidariedade que o Executivo angolano, a sociedade civil, empresários e entidades e instituições estrangeiras, vêm promovendo na mobilização de bens para acudir as populações do sul e sudeste de Angola, atingidas por uma seca severa.

A Luta Continua,

A Vitória é Certa.


Muito Obrigado e declaro aberto o VIII Congresso Ordinário da JMPLA.

Em adenda, as palavras proferidas de improviso pelo Presidente João Lourenço, logo a seguir

A Direcção do MPLA, em toda aquela fase de preparação das eleições, colocou grande ênfase, nos documentos preparatórios quer do Congresso que foi realizado para preparação das eleições, quer no próprio Programa de Governação que foi sufragado nas urnas, colocou grande ênfase –dizia – na necessidade de a Direcção do Partido encabeçar uma cruzada contra a corrupção. E eu creio que isto não foi feito por mero acaso; isso foi feito porque, de facto, o Partido chegou à conclusão de que ao longo de décadas o nosso país estava infestado de uma grande doença que era necessário curar.

Houve a promessa, em oportunidades distintas, de se iniciar essa cruzada. Houve a promessa mas não houve a coragem!

Em relação à corrupção, falou-se em “tolerância zero” mas o que verificámos é que essa “tolerância zero” não surgiu. Deram-nos essa incumbência e nós, como não gostamos de fingir que fazemos as coisas; não gostamos de enganar o eleitorado; não gostamos porque consideramos errado, consideramos injusto, utilizar os eleitores só para votarem em nós, prometendo coisas para fazer de conta, nós estamos a procurar cumprir com essa incumbência que o Partido nos deu mesmo antes de sermos Chefe de Estado.

E a luta está aí para quem quer ver.

Como é evidente – a Natureza é assim – onde há acção, há reacção. E nós esperávamos essa reacção, obviamente. A reacção está aí. É o que estamos a assistir nos últimos dias. Porque os mesmos que estavam embrulhados na corrupção, os mesmos que desviaram os recursos do país para fora do país, para eles – apenas para eles! – são os que estão a utilizar esses mesmos recursos, que são de Angola, para financiarem a campanha de desestabilização, a campanha de intoxicação, que estão a fazer contra Angola.

Eu digo bem, e repito, essa campanha não é contra o Presidente da República; essa campanha é contra o nosso país, contra Angola, e o que é mais triste é que ela não vem sendo movida nem por forças estrangeiras nem por forças da Oposição; ela vem sendo movida por nacionais, aparentemente do MPLA – e digo aparentamente porque não se portam como tal – e que ainda têm o descaramento de falar em nome do Povo.

Quando eles desviaram as avultadas somas de dinheiro do nosso país repartiram com o Povo? [ “não”, responde a plateia ]; repartiram com os jovens? [“não”, responde novamente a plateia]. E então, como é que agora vêm falar em defesa do Povo, em defesa dos jovens, ‘coitado do Povo está a passar mal, coitada da Juventude não tem emprego’…

E eu levanto esta questão aqui porque os cabos que estão a ser pagos para levar a cabo esta campanha lamentavelmente são jovens, portanto nada melhor do que levantar essa questão no seio dos jovens. Esses jovens que alinharam na campanha são bons jovens? [“não!”]; são jovens exemplares? [“não!”]; estão realmente a defender os interesses da Juventude? [“não!”]. Nós pensamos que não! Estão a fazê-lo por quaisquer cem Euros, se calhar nem isso, porque aqueles avarentos também não lhes vão pagar muito mais…[aplausos prolongados]

Eu queria sair desta sala com uma posição clara dos jovens: vamos continuar com essa luta ou não? [“vamos!”]; vamos continuar com essa luta, com firmeza, sem hesitação? [“simmm”].

Bom, parece-me que saímos daqui com o mandato da Juventude para continuar a luta contra a corrupção. É esse o entendimento? [“sim!”] Podemos dizer que a Juventude é que mandou? [“sim?”]. Vamos cumprir a vossa ordem. Vamos cumprir a vossa ordem!

Nós vamos cumprir com o mandato que levamos daqui da Juventude de continuar esta luta, este combate. E vamos continuar porque reconhecemos que os índices de desemprego são altos. Precisamos de trabalhar para dar emprego ao Povo angolano no geral e à Juventude em particular.

Mas só vai haver emprego se haver investimento, se haver investimento privado, nacional, estrangeiro, que sejam abertas mais fábricas; Mas isto só vai acontecer se nós combatermos a corrupção porque os investidores hoje já não aceitam a condição de terem de investir se por trás tiverem de dar dez ou vinte por cento ao funcionário do balcão que recebe os seus papéis.

Se a corrupção a todos os níveis – e não apenas a esse nível do funcionário do balcão mas a níveis até mais altos, continuar – não vai haver investimento e se não vai haver investimento, não vai haver emprego. Portanto, nós queremos investimento, queremos emprego para o Povo angolano, para os jovens angolanos, e por isso, em simultâneo, temos de continuar esta luta que é incessante, deve ser incessante, contra a corrupção.

Muito obrigado, muito obrigado Juventude, saímos daqui mais reconfortados, seguros de que a Luta Continua e a Vitória é Certa, também nesta frente da Corrupção, a Vitória é Certa!

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