A informação foi avançada pelo ministro das Finanças de Angola, Archer Mangueira, que participa em Washington, Estados Unidos, nas reuniões de primavera do Banco Mundial (BM) e do Fundo Monetário Internacional (FMI).
"Aproveitando a nossa estadia em Washington assinamos um memorando com o Eximbank [banco estatal que apoia a exportações] dos Estados Unidos da América, que vai permitir que empresários norte-americanos realizem investimentos até ao montante máximo de quatro mil milhões de dólares nos diferentes domínios, mas com destaque para o das infraestruturas", disse Archer Mangueira em declarações à imprensa.
Segundo Archer Mangueira, foi também realizado um encontro com o vice-presidente do Banco Mundial para os Recursos Humanos, com o objetivo de estudar a possibilidade de integração de quadros angolanos naquela instituição bancária.
"Prevemos ter nos próximos dias mais encontros, mas destaco essencialmente o com o diretor do Departamento Africano do Fundo Monetário Internacional", assinalou Archer Mangueira.
Na página de internet do Ministério das Finanças foi publicada uma nota, na qual é referida a assinatura, em Washington, dos Termos de Referência para Assistência Técnica, pelo titular da pasta das Finanças de Angola, Archer Mangueira, e o subsecretário adjunto do departamento do Tesouro para Políticas de Assistência Técnica dos Estados Unidos, Willian McDonald.
Este documento tem como principais objetivos a melhoria do regime de prevenção ao branqueamento de capitais e financiamento do terrorismo (que incluem supervisores, reguladores, alfândegas e outros), o aperfeiçoamento das capacidades operacionais da Unidade de Informação Financeira (UIF), bem como das capacidades operacionais dos órgãos policiais e de justiça.
O plano de trabalho, as partes relacionadas, as formas de comunicação, a confidencialidade no tratamento das informações, as questões organizacionais, os relatórios e a duração da assistência técnica a ser prestada vêm definidas no referido documento.
"A missão do programa internacional de Assistência do Tesouro Americano é de, essencialmente, dar apoio para o desenvolvimento de um setor financeiro forte e para um melhoramento da gestão pública em países em desenvolvimento que precisem e solicitem ajuda e que também se propõem a efetivamente usar a referida assistência", salienta a nota do Governo angolano.
Angola está a negociar com o Banco Mundial dois empréstimos no valor de 2.700 milhões de dólares (2.350 milhões de euros), com taxas de juros de 2,5% e reembolsável em 30 anos, anunciou, no final de março, o Presidente angolano, João Lourenço, que falava na qualidade de líder do MPLA, partido no poder.
O chefe de Estado angolano informou que o dinheiro dos dois empréstimos se destinam a projetos de energia e águas e proteção social, no montante de 1.200 milhões de dólares (1.045 milhões de euros) e de apoio à tesouraria, no valor de 1.500 milhões de dólares (1.300 milhões de euros).
João Lourenço lembrou que ao abrigo do acordo alargado de financiamento com o FMI, Angola obteve o empréstimo de 3.700 milhões de dólares (3.220 milhões de euros), com uma baixa taxa de juro (3%) e um período de graça de seis anos, findo o qual começará a contar o período de reembolso de dez anos.