Recebido no Conselho da República com um caloroso “espero que desta vez venha para ficar”, afinal há, no MPLA, quem vê em Isaías Samakuva uma astuta raposa que devora o galo e atira as culpas à água e um manhoso xadrezista que joga simultaneamente em três tabuleiros: num descredibiliza o Tribunal Constitucional; no outro diaboliza e descredibiliza o MPLA e no último instrumentaliza o ‘ingénuo” Adalberto Costa Júnior.
Depois da impugnação do XIII Congresso de 2019 por parte do comité de especialidade do tribunal constitucional, usando o acórdão 700/2021, foram cerca de 42 dias de obstáculos profundos que o regime utilizou para destruir a UNITA e fazê-la como está a FNLA hoje.
Na atualidade e contesto dos temas públicos que dominam a paisagem política angolana, tanto se tem falado da vida interna do maior partido da oposição e do seu líder Adalberto Costa Júnior.
Cada um que os qualifique como bem entender, mas pode ser apenas um grupo de frustrados o que até é normal. Quando não se consegue alcançar aquilo que se pretende, mas como ser frustrado não é crime, escândalo nem é defeito, sim um direito nada de tanto xinguilamento
Num dos raros momentos, desde que a TV Zimbo foi partido-estatizada, podemos acompanhar um debate com contraditório, entre uma bancada “dos sistemas “(n.b.: não disse do MPLA, no outro dia me explicarei) e outra da UNITA, maior partido da oposição, de momento.
Em 1991, trinta anos atrás, fiz parte de um grupo de dissidentes que discordavam com a liderança do partido. Eu era bastante jovem e impressionável. Em Londres vindo de Lisboa, José Pedro Katchiungo mas o Tepe Santos, vieram para me convencer que eu tinha que pensar nos interesses do partido em geral.
Como vários membros da UNITA, achei o acórdão do último congresso que elegeu o Engenheiro Adalberto Costa Júnior uma interferência vergonhosa nos assuntos internos do nosso partido. Decidimos, então, mudar os nossos perfis no FB com a imagem do ACJ. Depois do próximo congresso e a eleição do ACJ, tudo voltará ao normal.
Angola está no turbilhão da “Terceira Revolução” que visa a consolidação do Estado Democrático de Direito com a ideologia do republicanismo que defende a construção do estado-nação como república, um Presidente da República eleito por voto directo e secreto, um sistema parlamentar que responda aos problemas do panafricanismo contemporâneo, um modelo político, económico, social e cultural que retira da periferia do Estado, do mercado informal, da pobreza e do subdesenvolvimento mais de 85% da população.