Os processos eleitorais em Angola muito embora nunca tivessem atingido o razoável antes pelo contrário ja atingiu em cheio o ponto mais absurdo possível e para um partido político da oposição tão forte como a UNITA aceitar sempre as fraudes seja lá em que nome do for , não me parece bom sinal ...
Algo vai mal na banda e tudo começa a ser tomado como génese do triângulo de um certo mal-estar social, político e económico a crise petrolífera e a falta de kumbu.
A oposição angolana, com toda a legitimidade e razão, responsabiliza a má governação do MPLA (no poder desde 1975, relembre-se) pela crise económica. Do outro lado, o regime manda os seus sipaios dizer que é tudo passageiro e que, talvez com mais 30 anos no poder, o MPLA consiga fazer o que não foi capaz nos últimos 40.
Tenho as minhas dúvidas pois a prisão domiciliaria foi encomendada por JES para causar maiores distúrbios psicológicos aos REVÙS e como sinal de alerta para quem tentar se arrojar em desafia-lo e seu regime. !!
Terminei o “post” anterior, apelando para o facto de que continuar a pensar-se que o problema do cerceamento dos nossos direitos, liberdades e garantias em Angola é apenas “com os outros” não é sensato. Nessa altura não sabia que eu próprio entraria em cena, como exemplo dos supostamente fracos, que devem ser abusivamente incomodados por aqueles que não ousam, quando o podem, agir contra o abuso de supostos “donos disso tudo”.
É deveras revelador o silêncio que a igreja observa face á atual situação péssima que o país atravessa a totalidade do sacerdócio cristão angolano, tem conhecimento da crise institucional e da falta de moralidade politica que o país vive em todas as esferas. Igualmente o clero tem pleno conhecimento do cada vez mais decadente estado de calamidade social, econômica, e financeiramente que o país vive, porém as lideranças da igreja mantêm-se num absoluto silencio tremendamente ensurdecedor.
Com as prateleiras vazias em várias cidades do país e filas à porta de mercados e supermercados para comprar bens essenciais, é difícil de acreditar que Angola tenha encaixado 468 mil milhões de dólares durante o “boom” petrolífero dos últimos 13 anos. Muitos se perguntam agora: para onde foi este dinheiro?
O Carnaval é tido nas sociedades que o celebram, como sendo o período do ano mais descontraído, onde quase tudo é permitido e ninguém leva a mal na hora da “gozação”, como dizem os mais entusiastas foliões deste mundo que são, declaradamente, os nossos amigos brasileiros.