Terça, 14 de Mai de 2024
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O editorial do Jornal de Angola escreveu mais uma vez sobre Portugal. A imagem distorcida é o título do último editorial do Jornal de Angola e o alvo, mais uma vez, Portugal.

Sábado, 16 Abril 2016 06:29

Cerco a Angola

Sem dúvida que lamento os grilhões que a máquina judicial impôs aos moços ora condenados. O certo, porém, é que a condição deles está a ser instrumentalizada.

Tenho acompanhado com alguma preocupação as movimentações multitudinárias que se sucedem em Lisboa e noutras cidades portuguesas a exigir a libertação dos jovens recém-sentenciados em Luanda.

Quarta, 13 Abril 2016 08:15

FMI, Angola e politiquices

Politiquice, para quem não saiba, é política na sua versão rasteira e mesquinha, e pensei nisso ao saber que o FMI vai ajudar Angola, isto é, um regime democrático e um Estado de Direito vigoroso, capaz de condenar uns rapazolas que leem livros e ameaçam ler mais.

Não falemos mais do horror que foram os aspectos de natureza técnico-jurídica do "Processo dos 17", de que alguns juristas angolanos e estrangeiros falaram como muita propriedade, como o foi o caso do advogado Beja Satula, num debate na TV Zimbo ou do doutor em Direito Rui Verde, no blog Maka Angola de Rafael Marques.

Foi notória a forma ligeira e pretensiosa como alguma imprensa à margem do Tejo, useira e vezeira em desejar desgraça em casa alheia, saiu à rua para lançar diatribes à volta de um suposto programa de resgate económico monitorado pelo Fundo Monetário Internacional (FMI), organização de que Angola é membro de pleno direito.

Os que tentam promover o desordenamento politico-administrativo e social banindo as liberdades democráticas alcançadas com sacrifício, dor, e derramamento de sangue arrogam-se hoje, sem pudor, como detentores da ética, mas, serão execrados amanhã. Não existem dúvidas a esse respeito, pois, assim reza a história do passado recente da Angola colonial, que se traduz no expectante processo dos 50 onde o regime colonial fascista foi de uma forma irreversível fulminado politicamente.

Angola pediu hoje formalmente apoio financeiro ao Fundo Monetário Internacional (FMI), uma instituição que no passado já questionou o país devido aos desvios do dinheiro dos petróleos. Desta vez, que irá o FMI encontrar nas contas do regime do MPLA? E até onde irão as exigências do fundo em termos de transparência das contas e bom uso dos dinheiros públicos?

Se para alguns países basta que o petróleo esteja a apenas alguns dólares por barril para manter as contas públicas equilibradas, para outros são precisas várias dezenas. E num contexto de forte queda dos preços da matéria-prima, criam-se desequilíbrios acentuados. Angola estimava um valor de 45 dólares, mas as cotações teimam em manter-se abaixo desse patamar, o que levou o país a "mergulhar" num pedido de ajuda ao FMI.

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