A corrupção, velha e enjeitada senhora Angolana, é, antes de tudo um problema ético e social do País, tendo edificado raízes bastante profundas e harmónicas, cujo desfecho, tem a expressão de ser difícil de suceder. Além de discorrer para o retrocesso do país, esta é um veneno inato, capaz de devorar todo bom nome da nação no ângulo internacional, todavia, há que procurar remédios imprescindíveis e adequados para saná – la na face da terra e, evitá –la no seio da sociedade angolana.
O dia 22 de Fevereiro de 2002 foi para mim e os poucos membros restantes da família Chingunji, um dos melhores dias desde que nasci. Eu tinha acordado como de costume como qualquer outro dia e fui trabalhar no meu pequeno escritório perto da Casa Branca em Washington DC, onde eu tinha uma missão solitária para fazer lobby para a construção de uma nova Angola Democrática e o fortalecimento das sanções e do isolamento de Jonas Savimbi e todos aqueles que apoiaram sua infrutífera e dispendiosa guerra tanto em consequências humanas quanto monetárias. Em torno desta época, eu tinha feito lentamente enormes incursões nos círculos políticos de Washington DC que seguiam Angola e já era regularmente recebidos com facilidade pelos ministérios influentes do governo dos EUA, como o Pentágono e o Departamento de Estado e os gabinetes relevantes no centro do poder no Capitol Hill.
Desde criança aprendi que quando se lida com corruptos, batoteiros e brutais, desconfiar deles é sempre mais seguro do que confiar até mesmo para não massacrar-me á mim próprio com ilusões e decepções.
Caríssimos cidadãos,
Recebam os meus melhores cumprimentos.
A 22 de Fevereiro de 2002, vocês gritaram, choraram, comeram, beberam e até fizeram disparos de celebração pela morte de Jonas Savimbi.
A 12 de Fevereiro do ano em curso, quando regressava do Governo Provincial de Luanda (onde tinha remetido a carta de comunicação da manifestação de 17 de Fevereiro, que foi realizada com sucesso nas ruas da Vila de Viana), recebi uma ligação de uma escrivã da Décima Terceira Secção dos Crimes Comuns do Tribunal Provincial de Luanda a solicitar que eu me deslocasse ao mesmo ‘para ser notificado’. Deixei claro que eu não iria ao tribunal (veja a nota de conversação no final do texto).
E assim perde a grande oportunidade para nos provar que mesmo sendo também um corrupto pode mudar Angola!
E isto já começa por ser a pouca sorte para não dizer mesmo grande azar daqueles que ainda á duas ou três semanas acreditavam ele poder ser o homem capaz de virar o rumo de Angola.
É demasiado pesado o fardo que João Lourenço herdou do ex-Presidente. A crise económica, declarada em 2014 e atribuída à queda abrupta do preço do barril de petróleo, tem vindo a revelar as suas profundas entranhas: a gestão danosa do erário público, assente na corrupção desenfreada e no nepotismo descarado, que desvirtuou da maneira mais vil o espírito republicano.
Está em curso no nosso país a elaboração de um documento pela Assembleia Nacional que assegurará o repatriamento dos valores financeiros ilicitamente domiciliados no exterior. A política de repatriamento de capitais pode ser sustentada por duas pedras angulares que podem dar subsídios à Assembleia Nacional na harmonização da referida lei.