Por Marcolino Moco
Alguns invocam os poderes que a constituição confere ao Presidente para nomear quem quiser, esquecendo-se que a constituição não regula tudo e que para este caso concreto existe uma lei da probidade promovida e promulgada por ele próprio. Alguém, referindo-se ao meu último post, dizia que havia juristas mais categorizados do que eu, para puderem pronunciar-se.
Pois é aí que estes senhores se enganam, ao pensarem que a sabedoria só existe em quem concorda com quem exerce o poder. Assim se destrói a África. Fizeram bem os juristas reunidos em torno do Dr David Mendes, esperando por apenas um gesto moral, porque sabem de antemão que queixar-se do porco ao javali nunca deu qualquer resultado (não nos esquecemos de vários antecedentes), ao decidirem impugnar judicialmente esse acto.
Mas não é preciso, sequer, ser-se um mau jurista, para ver que o presidente JES está a meter-se numa aventura insultuosa contra a paciência da Nação, porque este e outros actos que vai tomando, sobretudo depois do fim da guerra, com o apoio destes senhores sábios, não acarretam apenas uma relevância jurídica.
Antes de mais são um problema ético e moral, que felizmente as igrejas angolanas começam agora a levantar. Onde é que os senhores, nossos intimidadores e supostos sábios, já viram, mesmo aqui na nossa África vergastada por ditaduras, um presidente que depois de tornar a sua filha na mulher mais rica de todo o Continente, transforma-a na gestora principal da maior empresa nacional de que mais do que se suspeita, foi o suporte essencial da riqueza que se diz possuir?
São estes senhores que falam de uma conspiração internacional contra Angola. Que Angola, a que foi tomada pelos senhores? Só pode.
