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Segunda, 17 Abril 2023 21:39

FPU cada vez mais rota - Legalização do PRA-JA cria "fantasmas" na UNITA

Há coisa de duas semanas, surgiram, dentro da Frente Patriótica Unida (FPU), rumores sobre a pretensão do Bloco Democrático (BD) ver a Frente coligada pelo menos até 2027, sob pena de um dos seus integrantes a ser extinto, caso não concorra, pela segunda vez consecutiva, às eleições gerais. Também, ouviu-se de tom alto o político Abel Chivukuvuku a garantir que tudo será feito para que o seu PRA-JA (projecto político sem personalidade jurídica) seja legalizado.

Por Márcia Mara

Estes dois pronunciamentos mexeram negativamente com alguns ânimos dentro do galinheiro.

Até ao momento, tudo mostra que alguns quadros, dentro da FPU, não foram suficientemente esclarecidos sobre o funcionamento e o que poderá vir a ser a plataforma, no futuro. O segundo aspecto: alguns quadros dentro da UNITA, que esperavam que a integração de Abel Chivukuvuku no projecto significaria o seu regresso ao partido liderado por Adalberto Costa Júnior, ficam desiludidos com político quando ainda apregoa o reconhecimento do PRA-JA.

Face ao exposto, acusam-no de pretender aplicar o segundo golpe, referindo-se como primeiro a sua saída da UNITA, em 2012.

Um BD atento A Lei dos Partidos Políticos, muito contestada pela oposição, estabelece que qualquer partido que não concorrer duas vezes às eleições gerais é automaticamente extinto.

E o BD não quer correr esse risco, ao menos que a paixão pelo partido do Galo Negro seja tanta ao ponto de decidir pendurar o partido liderado por Filomeno Vieira Lopes.

De contrário, está ciente que só pode continuar na FPU se esta se transformar em coligação, sob pena de desaparecer ao abrigo da lei, depois das eleições de 2027.

Este assunto vai aquecer nos próximos dias

Os "namoros" de Chivukuvuku Depois de sair da CASA-CE, Abel Chivukuvuku ficou sem rumo a tomar no sentido de sobreviver politicamente.

Mesmo tendo sido contactado (segundo ele) pelo MPLA, para ocupar o cargo de titular das Relações Exteriores, ele sentiu-se seguro em criar o que é seu, um Projecto PRA-JA cuja legalização foi duas vezes chumbada.

Segundo alguns juristas, tendo sido chumbado duas vezes, o projecto PRA-JA deixa de existir, e Abel Chivukuvuku só deverá ter partido se fundar um novo ou, então, aliar-se a um outro já com personalidade jurídica.

Esta segunda opção afigura-se a mais viável, já que a criação de um novo projecto, olhando para tudo que aconteceu em 2021 e 2022, só será possível mediante "uma decisão política", como ele próprio vem acusando.

Aliás, uma fonte contactada por este Jornal acredita que, desta vez, qualquer projecto político que Abel quiser trazer à legalização não poderá ser alvo de chumbos quanto no passado.

"A ser facilitado qualquer processo de legalização de um partido de Abel, este facilmente se disponibilizará a fazer acordos seja com quem for, até mesmo com o MPLA, que busca novo alento para recuperar a confiança do povo, maculada nos últimos anos”.

Nas redes sociais, a fúria de alguns que se dizem militantes da UNITA é evidente e demonstra que "esse ziguezague" de Chivukuvuku deixa alguns embaraços para eles e, quiçá, para o partido.

Eles não poupam críticas a Adalberto Costa Júnior que, nas suas variadas opiniões, não teve visão suficiente ao aceitar uma FPU, tal como está. Na Mira do Crime

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