Sexta, 29 de Março de 2024
Follow Us

Sexta, 28 Mai 2021 23:52

Farsas e trapaças das secretas

No momento em que João Lourenço, passa pela maior crise desde a sua entronização como presidente da república, com a sua liderança a atingir níveis de impopularidade inimagináveis, eis que surge em cena a peça teatral de muito mau gosto, conduzida pelas secretas residentes na cidade alta.

MISE EN SCÉNA

 Os diretores dessa malfadada gerigonça (leia-se peça teatral), são alguns dos generais do regime, e o principal protagonista dela é nada mais nada menos, que o conhecido trapaceiro bilionário, o ensombrado major Pedro Lussaty, chefe da banda de música da presidência da república, que na verdade não passa de uma mula transportadora idêntica as mulas utilizadas pelos traficantes de droga.

(04 CAPITÚLOS)

Acto 1: A trapaça que envolve o major Pedro Lussaty, ao contrário do que o regime pretende passar para o público, o governo não foi apanhado com as calças na mão. A maior garantia dessa avaliação é o injustificável silencio do próprio governo e a inexistente responsabilização dos políticos gestores da coisa pública envolvidos nessa trama. Noutro sentido, vê-se apenas um preso acuado sem forças para defender-se.

Acto 2: Trata-se de uma farsa montada a base de inverdades varias, que repetidas vezes parecem ser verdades sinceras. A estratégia de acusar e fazer correr tudo em torno da pessoa do major Lussaty, serve bem o objetivo central de distrair e enganar os incautos.

Acto 3: A pressa com que o presidente da república deseja nomear para o BNA, o cantor Ricardo Viegas de Abreu, um malandro competentíssimo em fazer desaparecer provas de lesa pátria, como já aconteceu aquando da sua breve passagem pelo BPC, fez despertar um alerta geral.

Acto 4:  A precipitação do presidente exonerar os tenentes generais e indiretamente aponta-los como culpados sem provas e sem qualquer investigação sobre eventos ocorridos, significa que os verdadeiros culpados nunca foram as pessoas expostas, elas serviram apenas como engodo para enganar toda gente.

(DISCERNIMENTO DO ESCRIBA)

Fala-se a boca cheia, que além da raposa felpuda, o miserável ladrão Manuel Vicente, protegido de João Lourenço, estão igualmente envolvidos na trama, outros gatunos de grande relevo como Siqueira João Lourenço, irmão do presidente da república.

Além desses nomes, consta também da lista outros bandidos da ladroagem global angolana muito bem posicionados nas hierarquias do regime totalitário, como os office boys e os yes man’s servidores de Manuel Vicente, como José de Lima Massano, Ricardo Viegas de Abreu, Carlos Feijó e Toninho Van Dunem dentre outros.

 (A ser verdade, que seja publicado na integra os nomes dos bandidos reais para que as especulações deixem de existir).

Em todas histórias distorcidas de realismo e verdade, há sempre um sintoma macabro epidêmico, qual COVID19. O presidente da república apressou-se em contornar a situação e apresentar o único apontado como culpado pelo sistema político. Porém, para o povo, o acusado é apenas o bode expiatório.

 Isso significa dizer, que o estado pensou que vivia no país da carochinha sozinhos, não contou com a inteligência do povo de si já bastante ressabiado. Hoje em dia fica bastante difícil o regime enganar seja quem for, sobretudo as gentes paupérrima desse país, que sangra de dor e fome há 45 anos. Em Angola, ninguém mais consegue enganar toda gente o tempo todo.

Nessa história horrenda, obscurecida e sem verdade e realismo, os factos enchem de pirotecnia incendiaria todo cenário político nacional onde há especulações de toda ordem e feitio, que descredibilizam de certo modo a tese apresentada pelo regime.

 Toda gente percebe o momento asfixiante que o presidente da república atravessa, João Lourenço, não goza de boa fama junto da sociedade no seu todo. Também é facto, que o Presidente do partido MPLA precisa ardentemente de uma boa lufada de popularidade, sobretudo nesse momento em que está na forja o congresso do MPLA, e João Lourenço, está quase sem prestigio nenhum no interior da cúpula do seu partido.

 Por outro lado, o MPLA atravessa momentos de inaceitável impopularidade, não só da parte dos seus militantes, mas, também da sociedade civil e apartidária. Além disso, a cúpula do MPLA encontra-se seriamente fraturada.

No entanto, essa situação não inviabiliza de maneira alguma a recondução de João Lourenço na presidência do partido, pois, como candidato único como reza a ortodoxia regimental dos partidos criados a imagem do estalinismo o presidente do nem precisa do congresso, pois ele já está a partida eleito. O problema é outro, é saber como João Lourenço, chega ao congresso e de que maneira se sentará no poleiro.

Nesse frenesim todo, faz-se necessário que João Lourenço, renove as sinergias em torno da sua pessoa para enfrentar o congresso em situação vantajosa perante os seus pares a fim de causar o efeito surpresa. Assim sendo, as secretas foram orientadas a forjar estratagema de qualquer tipo, desde que resulte no enfraquecimento do líder da UNITA.

 Esa missão além de ousada é igualmente macabra, e tem contornos extremamente perigosos que podem criar fissuras insanáveis a uma enorme fatia da população, que deseja ver João Lourenço e o MPLA na oposição. Essa grande fatia é a maioria do povo angolano.

Num outro contesto, as secretas ensaiaram uma peça teatral de todo rocambolesca, na vã tentativa de criar um falso elã em torno do presidente do MPLA e da Republica, de forma a apresentar um João Lourenço forte no congresso, debalde. Tudo caiu por terra.

As interrogações sobre os eventuais feitos do super major, despertaram a ira dos populares e ao invés do povo aplaudir como esperava João Lourenço, o soberano povo começou a criticar o líder do MPLA frontalmente e sem medo. Daí, as interrogações e as dúvidas começaram a suceder-se a uma velocidade anos luz.

 Também pesou a maneira como a imprensa sequestrada pelo partido/estado, publicitou inescrupulosamente a operação caranguejo com exagerado bolcheviquíssimo, que até mesmo o cidadão menos atento não acreditou na versão apresentada pelos órgãos de soberania e pelos meios de comunicação controlados pelo MPLA. Todo angolano tem dúvidas sobre os verdadeiros motivos que estão na base do engodo criado pelas secretas.

Afinal, que esperteza é a do major Pedro Lussaty, ao levar consigo malas e atravessar a polícia de fronteiras com 10 milhões de dólares e 700 mil euros nelas? Essa história está muito mal contada, ela não fecha. Porém, no início desse artigo, dizíamos nós, que a peça apresentada pela imprensa tinha inúmeros furos, por isso, são pouquíssimas as pessoas que acreditaram nela.

Gato escaldado tem medo até de água fria, em política como na vida ativa, as oportunidades perdidas não se repetem, elas voam e não voltam jamais. É precisamente isso que acontece com João Lourenço, o presidente da república jogou para lixo da história, as oportunidades que o momento e a política lhe ofereceram.

A juntar a tudo isso, nota-se que ouve também uma infeliz tentativa de ressuscitar as TPAs da vida, Zimbo, Jornal de Angola (Vulgo Pravda angolano), e rádio nacional, também resultou em falhanço total. A mídia estatal perdeu definitivamente o cunho de imprensa generalista e pluralista. A reputação dessas emissoras e jornais não têm mais volta.

Agora assiste-se o MPLA a incorrer nos mesmos erros do passado, comprando gente no mercado da miséria, sobretudo incautos cidadãos e até alguns militantes de base UNITA, gente pobre que vive miseravelmente, tudo isso, só para tentar fortalecer o farsante presidente do MPLA e assim polir a sua face carrancuda e rancorosa.

O bom de tudo isso, o próprio MPLA começa já a perceber que esse esforço é inútil, hoje tudo concorre contra ele, no entender de alguns experts da monolúcida política econômica do estado monolítico, o MPLA deviria começar a governar sem truques, e dar uma atenção especial as pessoas que não se reveem na liderança do seu presidente.

Até os cegos e os mal formados, não acreditam que o MPLA seja eleito desta vez, agora sacrificar apenas um major chefe da banda sinfônica da presidência da república para tentar reverter a impopularidade do MPLA cavada pelo próprio impopular João Lourenço, é obra.

Afinal, quem no seu perfeito juízo aceitaria passar a polícia de fronteira com malas onde estavam 10 milhões de dólares e mais 700 mil euros, sem que a segurança estivesse garantidamente comprometida? Apesar do MPLA e João Lourenço, deduzirem que o angolano é burro e fácil de ser enganado, em breve saberão que os enganados dessa vez é o MPLA e o seu líder ensoberbado.

 A operação caranguejo é uma farsa mal estruturada e serve apenas para esconder o estado de calamidade que o país vivencia, tendo o presidente acuado enfraquecido e desajustado que faz da mentira política de estado.  Desta vez o MPLA foi longe demais, sequer se coibiu em juntar no palácio da cidade alta, alguns aliciados do associativismo de 27 de maio de 1977, tudo isso apenas para tentar branquear a sua imagem bonacheirona.

Pedro Lussaty não passa de um bode expiatório miserável esfomeado, como outros tantos que militam no inferno da fome como as gentes empobrecidas da UNITA, que vegetam por esse país, cronicamente pobre de onde são comprados como mercadoria pelo MPLA como mercadoria por míseros 03 milhões de KZ, só para destorcer a imagem do jovem político Adalberto Costa Júnior.

Por Raúl Diniz

Rate this item
(1 Vote)