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Terça, 12 Agosto 2014 22:29

Cimeira Estados Unidos – África: uma visão sobre a luta entre titãs (China vs USA)

A última crise económica e financeira que a Economia Mundial registou com a sua génese nos Estados Unidos, acabou por despoletar uma série de consequências para as economias do Continente Europeu e Americano como: elevadas taxas de desemprego, encerramento de grande parte das indústrias e empresas, redução do consumo tendo essas economias registado desaceleração e recessão nunca antes alcançados.

O impacto não teve a mesma incidência nas economias dos países asiáticos.

Enquanto o Japão encontrava –se em dificuldades de recuperar a sua economia, a China dentro da sua visão estratégica e competitiva a médio e longo prazo criava as bases para a sua instalação no continente Africano, um mercado com maiores oportunidades quando comparadas  com as económicas da Europa e América, aonde o consumo registava alguma retração fruto da crise e escassez de capital e rendimento.

Destarte, a China passa a ser o maior exportador para países da África Norte Centro e Sul, visto que a demanda por matérias primas, produtos tecnológicos, bens de consumo, etc.. é escassa e tendo em atenção que grande parte destes países têm os seus sectores primários e secundários deficientes e em muitos dos casos em plena recuperação. Outrossim, foi o facto da China efectuar abertura de linhas de financiamentos para países africanos sem muita burocracia, o que tornou mais fácil a circulação de capital para as economias africanas e permitiu também assumpção de um comprometimento muito forte com a economia chinesa, pelo facto de ser o principal financiador destas economias em franco desenvolvimento.

Grande parte das contrapartidas destes créditos foi a transferência de principais matérias primas e commodities dos países africanos para China como o caso do: petróleo, diamante, gás, ouro, prata e outros mineiros preciosos.

A China torna –se um dos grandes importadores dos países africanos e principal fornecedor das economias desenvolvidas, aonde grande parte das matérias primas dos países africanos passam pela China como um canal intermédio devido a forte capacidade da sua indústria em transformar matérias primas em produtos acabados e escoa-los para outros mercados (europeu e americano).

Os Estados Unidos da América (EUA) apercebendo –se da visão a longo prazo da economia chinesa, que é tornar –se a principal economia mundial até 2025 e o principal fornecedor de bens e serviços para a Economia Mundial, realizou a cimeira (5 e 6 de Agosto em Washington) com grande parte dos países Africanos, queremos aqui nos referir, os grandes produtores de matéria prima, commodities e principais consumidores de produtos acabados.

No sentido de dirimir o erro cometido, recuperar grande parte das relações bilaterais e multilaterais que acabaram por ficar adormecidas fruto dos problemas internos com que se deparam grande parte dos países africanos, motivos que têm servido de entrave para a intensificação da economia norte americana em África, factores estes, que não são muito relevantes para a China, quando o assunto se trata de negócios.

O que é verídico e ponto assente é que, a Economia de Obama muito terá que fazer para poder recuperar esta grande fatia do bolo que se encontra agora sobre o domínio da China, caso assim não aconteça, embora foram realizadas promessas para o continente africano como linhas de financiamentos, aumento das relações e trocas comerciais com África, o continente africano ficará durante um bom período de tempo dependente da China, que prossegue assim com o seu plano de dominar económica e financeiramente a África, depois a Europa com a compra de grande parte da dívida soberana e culminando com a  compra da dívida soberana americana.

Jonísio C. Salomão

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