Quinta, 10 de Outubro de 2024
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Quinta, 25 Abril 2024 14:10

Deputados da UNITA exibem cartazes no parlamento condenando “intolerância política”

Deputados da UNITA exibiram hoje cartazes no parlamento condenando a “intolerância política” e o ataque de que a sua caravana parlamentar foi alvo na província do Cuando-Cubango, lamentando o silêncio do Presidente angolano ante o “homicídio frustrado”.

Cartazes com os rostos de militantes feridos, na sequência do ataque a caravana de deputados da UNITA, em 12 de abril na província angolana do Cuando-Cubango, foram exibidos no arranque da reunião plenária extraordinária desta quinta-feira, facto que gerou um clima de tensão no plenário.

“Paz sem intolerância política”, “paz sem assassinatos” e “basta de assassinatos em tempo de paz” eram alguns dizeres estampados nos cartazes que os deputados da União Nacional para Independência Total de Angola (UNITA, maior partido na oposição) exibiram em pé, em meio de palavras de ordem como “assassinos”, protestando o ataque.

Liberty Chiyaka, presidente do grupo parlamentar da UNITA, na sua declaração política, no arranque da plenária, considerou os atos do Cuando-Cubango como “mais um atentado à liberdade, à democracia e à paz”, sobretudo num mês em que o país comemorou 22 anos de paz e reconciliação nacional.

“Um atentado premeditado à vida e à integridade física dos deputados à Assembleia Nacional sem nenhuma palavra de condenação do Sr. Presidente da República, da senhora presidente da Assembleia Nacional, do senhor ministro do Interior e do senhor Comandante-Geral da Polícia Nacional”, questionou o político.

Para o líder parlamentar da UNITA, o ataque à caravana de deputados e militantes do seu partido foi um "homicídio frustrado perpetrado por milícias do regime (MPLA) e se inscreve numa agenda contra o reforço e aprofundamento do Estado democrático e de direito em Angola”.

“Tratou-se, nitidamente, de um ato de intolerância política que visa instaurar, por meio de atos como aquele de deliberada violência, um clima de instabilidade em Angola (...), uma alteração constitucional da qual se possa instituir um terceiro mandato para o atual Presidente da República”, apontou.

A polícia do Cuando Cubango confirmou, na ocasião, a existência de quatro feridos na sequência do ataque a uma caravana de deputados da UNITA, no dia 12 de abril, mas negou que o partido tenha solicitado escolta às autoridades.

O Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder) demarcou-se destas ações, pela voz do seu secretário-geral, Paulo Pombolo, que negou incitações à violência e à intolerância política.

Também a deputada Érica de Carvalho Aires referiu que o MPLA condena veementemente qualquer forma de violência física ou verbal contra qualquer cidadão angolano, independentemente da opção política, crença religiosa ou posição social.

“Nós, mantemo-nos firmes na nossa missão de defender os valores da paz, da convivência pacífica, bem como da estabilidade das instituições democráticas do Estado de direito”, disse a deputada do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA, no poder desde 1975), em resposta às críticas da oposição.

O assunto foi retomado hoje e gerou alguns minutos de tensão entre deputados, ocasião que a presidente da Assembleia Nacional, Carolina Cerqueira, ameaçou mesmo suspender a sessão para travar os ânimos dos deputados da UNITA que protestavam em uníssono.

Carolina Cerqueira negou qualquer silêncio da direção do parlamento referindo que o gabinete de Comunicação e Imprensa do órgão legislativo emitiu, na ocasião, uma nota de protesto aos acontecimentos do Cuando-Cubango e que esta telefonará ao líder parlamentar da UNITA manifestando solidariedade.

Liberty Chiyaka em resposta, em ambiente de tensão no hemiciclo, confirmou ter recebido ligações da presidente do parlamento e demais deputados do MPLA, referindo, no entanto, que o país esperava por um “posicionamento público” de Carolina Cerqueira.

Em relação à atual realidade social e económica do país, Chiyaka considerou que Angola vive “uma grave crise social e económica".

A fome aumentou, a pobreza aumentou, o desemprego aumentou, a insegurança aumentou, a corrupção aumentou”, concluiu.

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