O especialista brasileiro em Direito Internacional Delber Lage disse à Voz da America que a extradição do General Kangamba e de Fernando Republicano depende da vontade política de Luanda por não existir tratado de extradição entre Brasil e Angola, apesar do envolvimento da Interpol no caso.
"O Brasil teria que negociar isso politicamente e contar com a boa vontade das autoridades angolanas para que essa prisão seja realizada no país”, explica.
Segundo Lage "se essa prisão politicamente for boa para o país, para o governo domesticamente é mais fácil conseguir o acordo, mas se essa pessoa estiver envolvida com o alto escalão do governo, se isso for algo custoso do ponto de vista político é de se esperar que o governo desse país, no caso Angola, não esteja disposto a cooperar,” disse.
Delber Lage lembra que para que qualquer pessoa seja presa em Angola ou em qualquer outro país é preciso que o governo e a polícia locais autorizem a detenção, mesmo que ela apareça na lista da Interpo.
Uma grande operação da Polícia Federal de São Paulo desmantelou, nos últimos dias, o esquema que, há mais de 10 anos, enviava mulheres do Brasil para Angola, África do Sul, Portugal e Áustria, para fins de prostituição.
Cinco pessoas foram presas no Brasil e, com a ajuda da Interpol, a polícia brasileira espera cumprir os mandados de prisão contra o General Kamgamba e o também angolano Fernando Vasco Inácio Republicano, apontado como braço direito no esquema que movimentou mais de 45 milhões de dólares.
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