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Domingo, 09 Novembro 2014 11:33

"Sempre fui independente e não é agora que vou deixar de ser" - Bonga

Bonga vai receber em França um prémio de carreira no dia 10 de dezembro. De França chega o reconhecimento oficial, em Portugal senta-se com os amigos à mesa. O músico angolano recebeu o DN na sua casa portuguesa.

"Depois da música, cozinhar é o que eu sei fazer melhor. Não me posso alambazar, mas dou de comer aos outros. Faço tudo. Comida italiana e portuguesa, mas sobretudo comida da minha terra." Bagre com funge, impala seca com quiabos, quibebe de choco com mandioca e óleo de palma. "Oh my God!" Só de falar já estamos com água na boca. Para Bonga, o músico angolano, os melhores momentos da vida são os que acontecem à volta da mesa. Entre amigos, com um vinho tinto (e até já há um vinho que tem o seu nome) e umas violas. "É isso que faz tudo valer a pena", diz o músico de 72 anos.

Os encontros acontecem geralmente na sua cozinha, aquela cozinha onde nos recebe, na "casa da saudade", como lhe chama, um apartamento nos arredores de Lisboa. O músico mora em Portugal, apesar de a maior parte dos seus compromissos profissionais serem fora do país. Ainda na semana passada deu um concerto em Genebra, há duas semanas tocou na Alemanha. "Em Portugal só há concertos no verão. De resto, estamos confinados ao B.Leza. Às vezes querem que eu vá ao Algarve fazer um playback. Dizem-me: traz umas bailarinas e vem. Mas eu não gosto de fazer playback, já tenho de aceitar o playback quando vou à televisão e chega-me."

Bonga é conhecido por dizer o que pensa, e esta é mais uma daquelas verdades inconvenientes: "Se não fosse França, eu já não seria artista. É em Paris que eu tenho o meu produtor e os empresários que me fazem trabalhar." É França que o homenageia: no próximo 10 de dezembro, vai estar na embaixada francesa em Luanda para receber a condecoração de Chevalier des Arts et Lettres. E o músico não esconde a sua felicidade: "Em França chamam-me monsieur Bonga, compositor e intérprete, e os meus instrumentos típicos são respeitados, o meu reco-reco é considerado tão importante como uma flauta."

Leia toda a reportagem na edição impressa ou no e-paper do DN

Diário de Notícias

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