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Domingo, 09 Novembro 2014 11:23

Universidades portuguesas seduzem estudantes angolanos em Luanda

Ao abrigo deste acordo, já foram formados pelo ISCE cerca de 1.500 quadros angolanos, em várias províncias do país, nos últimos anos

Algumas universidades portuguesas estão em Luanda para atrair o interesse dos estudantes angolanos em cursos superiores no país, que tentam seduzir com o novo Estatuto do Estudante Internacional, com vagas próprias de acesso.

 

É o caso da Universidade de Lisboa, que se apresenta na Educa, a feira de Educação de Angola, como a maior da Península Ibérica, com 18 escolas e 50.000 alunos, dos quais mais de 300 são já angolanos.

 

"É para dar a conhecer a universidade um pouco mais, estreitar relações que já existem há muitos anos, quer na área científica, quer na área pedagógica, em que houve já a troca de muitos alunos, e também, como é óbvio, angariar novos alunos", disse à Lusa a diretora do Departamento de Relações Externas e Internacionais da Universidade de Lisboa, Isabel França.

 

Esta universidade, com cinco das suas escolas na feira angolana, é uma das 44 instituições e empresas portuguesas representadas na IV edição da Educa, que decorre até domingo.

 

As novas regras aplicadas desde o início do ano em Portugal para o acesso dos estudantes estrangeiros aos cursos do primeiro ciclo (licenciaturas), em termos de concurso e propinas, abriu uma janela de oportunidade.

 

"O Estatuto do Estudante Internacional veio facilitar, porque eles [candidatos] não necessitam de ir através do concurso geral de acesso, podem-no fazer diretamente nas universidades", admite Isabel França, por entre dezenas de estudantes angolanos potencialmente interessados nos cursos da instituição, envolvendo também mestrados e doutoramentos.

 

Portugal lidera a comitiva internacional presente na feira de Luanda, entre 180 empresas e instituições angolanas e estrangeiras.

 

Logo ao lado da Universidade de Lisboa, na área reservada à representação portuguesa, cenário idêntico vive-se na exposição do Instituto Politécnico do Porto.

 

"Estamos aqui sobretudo para abrir o nosso leque de estudantes", explicou à Lusa Cecília Sequeira, do gabinete de orientação académica daquele instituto, o maior politécnico de Portugal, com sete escolas superiores.

 

Conta com cerca de 17.000 estudantes em cursos de engenharia, contabilidade, gestão, educação, teatro, música, saúde e informática.

 

O mercado angolano representa uma nova oportunidade para a instituição.

 

"Agora, com o estatuto internacional, naturalmente que interessa trazer para Portugal outro estudante, que não o português", enfatizou, admitindo o interesse, igualmente, numa nova fonte de receita.

 

"Mas estes estudantes não vão ocupar os nossos [estudantes portugueses] lugares, que fique claro", garantiu, enquanto distribui os últimos panfletos disponíveis.

 

"Está a correr muito bem. Já estamos sem material promocional e com uma lista considerável de contactos a fazer", acrescentou Cecília Sequeira.

 

Admite ainda que o interesse dos estudantes angolanos está, neste caso, concentrado sobretudo nas licenciaturas em engenharia, de informática e civil.

 

O Instituto Politécnico de Coimbra ou o Instituto Superior de Ciências Educativas (ISCE) estão igualmente representados na maior feira angolana do setor.

 

No caso do ISCE, existe mesmo uma parceria com o Instituto de Formação de Quadros e com o Ministério da Educação para ministrar em Angola pós-graduações na área do ensino e mestrados a estudantes angolanos, com a defesa dos cursos em Portugal.

 

Ao abrigo deste acordo, já foram formados pelo ISCE cerca de 1.500 quadros angolanos, em várias províncias do país, nos últimos anos.

LUSA

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Last modified on Domingo, 09 Novembro 2014 14:54