No 46º aniversário do massacre de 27 de maio, sobreviventes e familiares dos que morreram ou desapareceram em 1977 voltam a pedir a verdade. ADN não correspondia aos restos mortais das vítimas.
Os órfãos das vítimas da purga de 27 de Maio de 1977 em Angola revelaram na quarta-feira que as ossadas que lhes foram entregues como sendo possivelmente dos seus familiares não correspondem aos seus respectivos ADN.
Os filhos de alguns dos membros do MPLA, assassinados pelo regime angolano durante os massacres de 27 de Maio de 1977, estão chocados, depois de terem tomado conhecimento que os restos mortais entregues pelo Executivo a algumas famílias não correspondem aos dos seus pais assassinados na altura.
A UNITA, maior partido da oposição angolana, não confirmou a veracidade dos restos mortais dos seus dirigentes que foram entregues pelo Governo angolano, porque “Angola precisa de se reconciliar”, mas admitiu à Lusa falhas no processo.
Analistas políticos angolanos ouvidos pela Voz da América consideram que a revelação na quarta-feira, 22, de que os resultados da peritagem feita às ossadas de algumas das vítimas do 27 de Maio de 1977 confirmou que elas não são dos corpos das vítimas, pode afectar a imagem do Estado angolano e do Presidente João Lourenço, que se tinha apresentado como “reformador e reconciliador”.