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Sexta, 17 Janeiro 2014 22:38

Bento XVI expulsou em dois anos cerca de 400 padres por abusos de menores

A agência norte americana de notícias APTN afirma possuir documentos que provam que, entre 2011 e 2012, o Papa Bento XVI expulsou das suas funções quase 400 sacerdotes por terem molestado crianças. Antes desse período o Vaticano havia revelado que, entre 2008 e 2009, 170 padres tinham sido afastados por abusos sexuais de menores.

Quinta-feira a Santa Sé respondeu perante um painel da ONU em Genebra sobre as medidas que estava tomar contra os padres acusados.

O documento revelado pela APTN foi preparado a partir de dados estatísticos que o Vaticano tem estado a recolher e a tratar para responder perante o comité da ONU para os Direitos Humanos. Mas os números não foram referidos pelo Arcebispo Silvano Tomasi, o Embaixador do Vaticano junto da ONU em Genebra ao longo de oito horas de interrogatório e de críticas à ação do Vaticano por parte dos membros do Comité da ONU.

Cardeais substituídos no IOR

O Papa Francisco tem sido também notícia pela "renovação" que estará a efetuar na Cúria e, especificamente, no IOR, o Instituto para as Obras de Religião, geralmente considerado o banco do Vaticano.

Na quarta-feira foram nomeados quatro cardeais para substituir outros tantos prelados da chamada Comissão Cardinalícia, responsável pela nomeação dos leigos do Conselho de Administração do banco e os dois principais gestores, assim como pelo controle de que as operações da instituição sirvam as obras caritativas da Igreja.Bento XVI havia confirmado os membros da Comissão Cardinalícia nas funções dias antes de resignar, em fevereiro de 2013. Agora, só o cardeal Jean-Louis Tauran se manteve no cargo.

Os novos nomeados incluem o novo secretário de Estado, o cardeal-eleito Pietro Parolin assim um dos maiores amigos de Francisco, o cardeal Santos Abril y Castello. O grupo ficou completo com o cardeal Christoph Schoenborn, arcebispo de Viena, e o cardeal Thomas Collins, arcebispo de Toronto.

Entre os cardeais destituídos do cargo está o anterior secretario de estado Tarcísio Bertone, geralmente considerado o principal responsável pela má gestão dos assuntos do Vaticano durante o papado de Bento XVI.

IOR sob vigilância interna e externa

A substituição dos cardeais prossegue a iniciativa de Francisco para garantir o controlo do IOR por homens da sua confiança, já que, durante o verão, Francisco havia nomeado o Monsenhor Battista Ricca para uma posição de supervisão deixada vaga, assim como uma comissão de inquérito às atividades do banco e ao seu estatuto legal.

As decisões do Papa coincidiram com o afastamento, a um de julho de 2014, dos dois principais gestores do IOR e a detenção de um contabilista do Vaticano responsável por diversas contas do IOR. Era acusado de planear o contrabando de 20 milhões de euros de Itália para a Suiça.

O contabilista, denominado "monsenhor 500" devido às notas que preferia, está a ser julgado num tribunal de Roma e a ser investigado também na sua cidade natal, Palermo, num alegado caso de lavagem de dinheiro através das contas do Vaticano que controlava.

RTP

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