Numa declaração à televisão oficial turca, o general Umit Dundar, chefe do Estado-Maior interino das tropas leais a Erdogan, confirmou também a morte de outras 90 pessoas - dois soldados, 41 polícias e 47 civis -, elevando para 194 o total de vítimas mortais da sublevação, entretanto abortada.
"Caíram como mártires", sublinhou Dundar, referindo-se às 90 vítimas mortais.
Entretanto, no Twitter, o Presidente turco apelou à população para se manter nas ruas, para precaver uma eventual onda de violência.
1.563 militares foram detidos e pelo menos cinco generais e 29 coronéis foram demitidos das suas funções e o Presidente da Turquia garantiu que continua no poder, assim como o Governo, e que os responsáveis “vão pagar”.
O que aconteceu foi para ele, disse, uma “traição”, mas também um "presente de Deus" que permitirá "limpar" as Forças Armadas turcas. Pelo menos um helicóptero militar dos golpistas foi abatido por ordem do primeiro-ministro turco, Binali Yildirim, que se mantém.
Tanto a capital Ancara como Istambul foram palco de fortes explosões e tiroteios. No aeroporto, que está ainda paralisado, no parlamento, no ministério do interior, nas imediações do palácio presidencial, mas também contra a multidão que protestava.
A União Europeia apelou a um "rápido regresso à ordem constitucional na Turquia", num comunicado do presidente do Conselho, Donald Tusk, do da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e da chefe da diplomacia, Federica Mogherini.
A forma como a Turquia ultrapassar esta tentativa de golpe de Estado determinará o futuro das relações com Bruxelas, frisou Tusk, "os desafios da Turquia não podem solucionar-se com as armas".
Este foi o quinto golpe de Estado executados por militares desde 1923.