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Terça, 19 Dezembro 2023 21:40

Ruanda abre a primeira fábrica de vacinas em África de ARN mensageiro com apoio da UE

O Ruanda inaugurou hoje uma fábrica da empresa alemã BioNTech para produzir vacinas com tecnologia de ARN mensageiro (ARNm), a primeira do género em África e apoiada pela União Europeia (UE).

"Esta instalação foi concebida para estar entre as mais avançadas do mundo", afirmou o Presidente do Ruanda, Paul Kagame, na cerimónia de inauguração da fábrica.

A instalação de 30.000 metros quadrados está localizada na Zona Económica Especial de Kigali, a capital do país.

Kagame referiu que a luta para encontrar vacinas durante a pandemia da covid-19 motivou esta iniciativa.

"O défice de vacinas atingiu duramente África durante a pandemia, demos por nós a bater a todas as portas à procura de doses. A situação era intolerável e a União Africana (UA) juntou-se para assumir um compromisso firme de que não nos permitiríamos estar novamente nessa posição", sublinhou o Presidente.

Kagame recordou que, no início, havia um consenso de que as vacinas de ARNm não podiam sequer ser administradas em África.

"Dizia-se que era demasiado complicado para os nossos sistemas de saúde (...). Quando embarcámos nesta viagem para fazer estas vacinas no nosso continente, disseram-nos que demoraria no mínimo 30 anos", mas "é possível e, porque é possível, também é necessário", afirmou.

O evento contou também com a presença, entre outros dignitários, da Presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen, que sublinhou que a UE mobilizou 1,2 mil milhões de euros para apoiar este projeto.

Von der Leyen afirmou que, em dois anos, a fábrica "produzirá até 50 milhões de doses de vacinas" por ano.

"E não estamos a falar apenas da luta contra o coronavírus. Trata-se de abrir novos caminhos na luta contra (...) a tuberculose, a malária e, potencialmente, até o cancro", acrescentou.

O cofundador e diretor executivo da BioNTech, Uğur Şahin, afirmou que a sua empresa pretende contribuir para a construção de um ecossistema de vacinas sustentável e resiliente no continente africano.

"A essência da nossa contribuição aqui em África é clara: as potenciais futuras vacinas devem ser produzidas em África, para África, com as mesmas necessidades regionais e padrões globais", observou Şahin.

Paralelamente, o Ruanda e o Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) assinaram hoje um acordo para que o país acolha a Fundação Africana de Tecnologia Farmacêutica (APTF), uma agência pan-africana que procura melhorar o acesso de África a tecnologias para o fabrico de medicamentos, vacinas e outros produtos farmacêuticos.

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