O chefe de gabinete de Costa foi preso, e sedes de ministérios foram alvos da mesma operação, parte de uma investigação do Ministério Público português sobre um suposto esquema irregular de exploração de lítio e de venda de hidrogênio verde por parte do governo do país
A Procuradoria-geral de Portugal afirmou que Costa, que cumpre seu terceiro mandato à frente do governo português, é um dos investigados no caso.
O premiê cancelou sua agenda do dia, já se reuniu com o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa - que é o chefe de Estado de Portugal - e fará um pronunciamento pela televisão nesta tarde. A oposição pediu sua renúncia.
Segundo a PGR portuguesa, durante a operação desta manhã, a polícia cumpriu mandados de busca a apreensão nos seguintes locais:
— Sede do Ministério de Infraestrutura;
— Sede do Ministério de Meio Ambiente;
— Sede da Secretaria do Estado de Energia e Clima;
— Sede de empresas investigadas no caso, em Lisboa.
Além do premiê, o Ministério Público português também afirmou que o ministro de Infraestrutura de Portugal, João Galamba, é um dos investigados no caso. Foi a primeira vez que promotores nomearam os suspeitos desde o início
O Ministério do Meio Ambiente confirmou à agência de notícias portuguesa estatal Lusa que a polícia fez buscas em sua sede, em Lisboa.
A imprensa portuguesa também afirma que, além do chefe de gabinete, outras quatro pessoas foram detidas:
— um consultor próximo ao primeiro-ministro;
— o presidente da Câmara de Vereadores da cidade de Sines;
— e dois executivos de empresas ligadas ao suposto esquema.
Pedidos de demissão
Por conta da operação, partidos de oposição a António Costa exigiram que o premiê se demita ou, caso ele se negue a isso, que o presidente do país, Marcelo Rebelo de Sousa, dissolva o Parlamento e convoque novas eleições.
Após a confirmação da operação, António Costa se reuniu com Marcelo Rebelo de Sousa, e, também segundo o "Público", os dois cancelaram suas agendas do dia.
Sousa cumpre seu terceiro mandato, o mais forte deles - em janeiro de 2022, após dissolver seu então governo de coalizões, venceu as eleições com maioria absoluta e, desde então, governa sem a necessidade de alianças.
Cinco são presos
Entre os presos estão o empresário e amigo do primeiro-ministro, Diogo Lacerda Machado, o chefe de gabinete de Costa, Vítor Escária, e o presidente da Câmara de Sines, Nunes Mascarenhas. Outros dois executivos da zona de Sines também foram detidos, mas seus nomes não foram divulgados.
O ex-ministro do Meio Ambiente, João Matos Fernandes, o empresário dono da Lusorecursos Ricardo Pinheiro, o ministro das Infraestruturas, João Galamba, e o atual ministro do Ambiente, Duarte Cordeiro, também foram alvos de buscas em seus endereços e ministérios, mas não estão na lista de detidos, segundo a CNN Portugal.
Costa fala ao país às 14:00 após anúncio de que é alvo de investigação pelo Supremo
O primeiro-ministro fala ao país, hoje, às 14:00, após buscas em São Bento e de o Ministério Público anunciar que é alvo de investigação autónoma do Supremo Tribunal de Justiça sobre projetos de lítio e hidrogénio.
Esta comunicação ao país de António Costa, a partir de São Bento, foi transmitida pelo gabinete do primeiro-ministro. G1