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Terça, 24 Outubro 2023 18:08

Combates contra o movimento M23 na RDCongo aproximam-se da cidade de Goma

Os combates no leste da República Democrática do Congo entre o movimento M23 e as forças pró-governamentais chegaram hoje a uma região que fica a 20 quilómetros norte da cidade Goma, anunciaram fontes locais à France-Presse.

"Houve combates em Kibumba desde esta manhã", disse à agência noticiosa francesa AFP uma fonte da segurança.

"Os rebeldes estão a entrar em confronto com os 'wazalendo' (nome dado aos grupos armados conhecidos como 'patriotas'). O M23 (Movimento 23 de março) acaba de disparar duas bombas contra nós e estamos a retaliar", acrescentou a fonte.

Oficialmente, o exército está a respeitar um cessar-fogo exigido por um mediador regional, mas testemunhas afirmam que soldados e "patriotas" estão a lutar juntos contra os rebeldes.

"A situação está a piorar. Estamos a ser obrigados a fugir", disse um residente local.

Num relatório de ponto da situação, divulgado na segunda-feira à noite, o Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários das Nações Unidas (OCHA) na RDCongo estimava que cerca de 200.000 pessoas tinham sido obrigadas a fugir das suas casas desde 01 de outubro nos territórios de Rutshuru e Masisi, a norte de Goma, a capital da província de Kivu do Norte.

Os combates, que prejudicam igualmente o território de Nyiragongo, mais próximo de Goma, causaram também dezenas de mortes nas últimas semanas, tanto de civis como de combatentes, segundo fontes das regiões afetadas.

Num dos seus briefings regulares de segunda-feira à noite, o porta-voz do Governo, Patrick Muyaya, referiu "mais uma incursão do exército ruandês em território congolês" na semana passada, com "cerca de cinquenta" civis mortos pelos rebeldes no país que faz fronteira com Angola.

Esta declaração foi hoje negada pelo porta-voz do M23.

O Governo da RDCongo acusa o Ruanda de apoiar esta milícia rebelde, o que é refutado pelo executivo ruandês.

O M23 é predominantemente tutsi, voltou a estar ativo em 2021 e já conquistou várias regiões do território da província de Kivu do Norte.

Uma força da Comunidade da África Oriental foi destacada para a província desde o final de 2022, mas, tal como a força das Nações Unidas, foi fortemente criticada por Kinshasa por não ter conseguido obrigar os rebeldes a depor as armas.

Em maio, o exército congolês acusou o Ruanda e o M23 de planearem um ataque a Goma, uma cidade com mais de um milhão de habitantes entre o Lago Kivu e a fronteira ruandesa.

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