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Quinta, 01 Junho 2023 13:57

PR da África do Sul prepara visita de paz a Kiev e Moscovo na próxima semana

O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, deverá visitar Moscovo e Kiev na próxima semana numa missão de paz africana, disse hoje à Lusa fonte da Presidência da República sul-africana.

“Estamos a finalizar e emitiremos uma nota assim que todos os detalhes forem confirmados”, adiantou à Lusa o porta-voz do chefe de Estado sul-africano, Vincent Magwenya, escusando-se a avançar detalhes.

Todavia, a receção oficial de Estado prevista na agenda do Presidente sul-africano ao seu homólogo português, Marcelo Rebelo de Sousa, na próxima quinta-feira, em Pretória, foi antecipada no início da semana para terça-feira, explicou fonte diplomática sul-africana à Lusa.

Marcelo Rebelo de Sousa contava dedicar dois dias da sua visita à comunidade portuguesa residente na Cidade do Cabo, na companhia do navio patrulha NRP "Setúbal" da Marinha de Guerra, e onde é também aguardado o submarino português “Arpão”, de fabrico alemão, segundo fontes comunitárias à Lusa.

A visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa à África do Sul, entre 05 e 08 de junho, acontece a convite do Presidente sul-africano e para comemorar o Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades Portuguesas, segundo a Presidência da República portuguesa.

Na quarta-feira, no debate parlamentar do orçamento da Presidência na Cidade do Cabo, o Presidente Ramaphosa comprometeu-se a visitar os dois países para incentivar uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia.

“O nosso entendimento de não-alinhamento – que é distinto do conceito de neutralidade – está enraizado nos princípios de Bandung, que continuam a orientar o Movimento dos Não-Alinhados”, declarou.

“Entre eles, a abstenção do uso de mecanismos de defesa coletiva para atender a quaisquer interesses particulares das grandes potências e o respeito à justiça e às obrigações internacionais”, adiantou.

Na sua intervenção, Ramaphosa afirmou que “desde o início do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, a posição [da África do Sul] tem sido a de que este conflito precisa de ser resolvido pela negociação”, salientando que “a África do Sul tem o prazer de participar numa missão de seis países africanos para procurar uma solução pacífica para o conflito”.

Nesse sentido, o chefe de Estado sul-africano avançou que vai enviar os ministros das Relações Internacionais e Cooperação; do Comércio, Indústria e Concorrência e o das Finanças e um ministro da Presidência aos países do G7 “para explicar a missão de paz e tratar vários assuntos diplomáticos”.

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, aceitaram recentemente receber uma missão de paz de seis chefes de Estado africanos, em Moscovo e Kiev.

A iniciativa de paz africana é promovida pelos chefes de Estado da África do Sul, Zâmbia, Senegal, República do Congo, Uganda e Egito, com o apoio do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, segundo a Presidência da República sul-africana.

A chefe da diplomacia sul-africana, Naledi Pandor, reuniu-se em 19 de maio em Lisboa com o seu homólogo ucraniano, Dmytro Kuleba, para discutir a missão de paz de seis líderes africanos a Kiev e Moscovo.

Os chefes das diplomacias dos países BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul) iniciaram hoje, na Cidade do Cabo, conversações de alto nível preparatórias da cimeira de chefes de Estado e de Governo no próximo mês de agosto na África do Sul.

A participação do Presidente da Rússia, Vladimir Putin, na cimeira dos BRICS na África do Sul poderá estar comprometida após o mandado de prisão emitido recentemente pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) contra o líder russo, segundo analistas sul-africanos.

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