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Quarta, 23 Junho 2021 16:26

SADC aprova mandato de “força conjunta" para travar insurgência em Cabo Delgado em Moçambique

A Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC) aprovou hoje o mandato de uma "força conjunta em estado de alerta" para apoiar Moçambique no combate contra o terrorismo em Cabo Delgado, anunciou a secretária executiva da organização.

"A cimeira aprovou o mandato de uma força conjunta em estado de alerta para apoiar Moçambique no combate ao terrorismo e ao extremismo violento em Cabo Delgado", declarou Stergomena Lawrence, na leitura do comunicado final da cimeira extraordinária da organização, que decorreu em Maputo.

O documento não avança detalhes sobre a força que será enviada ao país, nem datas, reiterando apenas que a "missão" visa apoiar as forças governamentais moçambicanas no combate contra a insurgência no Norte de Moçambique.

Além de aprovar o mandato da força conjunta, segundo a secretária executiva da SADC, a organização apelou aos países da região para apoiarem as organizações não-governamentais na assistência aos deslocados devido ao conflito.

No seu discurso final, o Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou a importância de uma forte coordenação na operacionalização da força em estado de alerta, avançando, no entanto, que na linha da frente estarão as Forças de Defesa e Segurança.

"As iniciativas de apoio da SADC serão importantes complementos aos esforços que o nosso país está a fazer para enfrentar os terroristas, tendo na linha da frente as nossas Forças de Defesa e Segurança", frisou Filipe Nyusi, atual presidente em exercício da organização.

O tema central da cimeira de hoje em Maputo foi resposta e o apoio regional no combate ao "terrorismo", embora também tenha sido feita a avaliação dos resultados alcançados na prossecução do lema "SADC: 40 Anos Construindo Paz e Segurança e Promovendo Resiliência Face aos Desafios Globais".

Além de chefes de Estado e quadros dos governos da região, o evento conta com a presença do Presidente da República Democrática do Congo, Félix Tshisekedi, que é também presidente em exercício da União Africana.

Grupos armados aterrorizam a província de Cabo Delgado, norte de Moçambique, desde 2017, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo 'jihadista' Estado Islâmico, numa onda de violência que já provocou mais de 2.800 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, e 732.000 deslocados, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU).

Ainda segundo a ONU, mais de 900.000 pessoas estão sob insegurança alimentar severa em Cabo Delgado e as comunidades de acolhimento estão também a precisar urgentemente de abrigo, proteção e outros serviços.

Integram a SADC 16 Estados: Moçambique, Angola, África do Sul, Botsuana, Zimbabué, Essuatíni, República Democrática do Congo, Lesoto, Madagáscar, Maláui, Maurícias Namíbia, Seicheles, Tanzânia, Zâmbia e Comores.

A próxima cimeira da SADC está prevista para agosto no Maláui, país que deverá também assumir a presidência do órgão nessa data.

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